Na minha infância eu aprendi a língua materna em casa meus pais e avós, após a minha doação para a minha madrinha, ela tinha muita dificuldade em me entender pois só falava na Língua indígena, quando voltei pra casa dos meus pais, eu nunca esqueci minha língua, qualquer dúvida que eu tinh...Continuar leitura
resumo
Quando criança foi doada para sua madrinha - um período muito triste da sua Vida, onde teve muita dificuldade para se adaptar por apenas falar na Língua materna. Alzenira fala também sobre os pajés, como eram, o que faziam, nos fala sobre as histórias contadas pela sua mãe e avó e os aprendizados trazidos por elas, a língua falada na sua aldeia. Além dos mais dona Alzenira fala uma pouco sobre seu trabalho como professora da língua materna e as dificuldades enfrentados por ela em relação ao aprendizado, participou pelo ritual da menina moça. Por fim fala nos, sobre os cantores, pinturas, lendas, invasão e o seu sonho de fazer uma biografia sua.
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Entrevista de Alzenira Guajajara Alves
Entrevistador (a) por : Leila Guajajara, Yuna Guajajara e Acompanhado por Marcos Vila Bela
A ponta do Alto do Argelim de Fevereiro de 2022
Projeto vida Indígenas Guajajara
VIM_HV014
Primeiramente eu tenho que agradecer né por essa oportunidade de está...Continuar leitura
Entrevista de Alzenira Guajajara Alves
Entrevistador (a) por : Leila Guajajara, Yuna Guajajara e Acompanhado por Marcos Vila Bela
A ponta do Alto do Argelim de Fevereiro de 2022
Projeto vida Indígenas Guajajara
VIM_HV014
Primeiramente eu tenho que agradecer né por essa oportunidade de está nós está recebendo aqui.
00 : 57
P – Qual o seu nome completo e sua data de nascimento?
R – Boa tarde, Alzenira Guajajara Alves e nascida é 5 / 09/ 1967,
01 : 25
P – Onde Você nasceu ?
R – Aqui mesmo na, na aldeia piçarra preta, município de Bom Jardim.
01 : 36
P – Qual aldeia você morava antes, na sua infância?
R – Na minha aldeia, ou seja, na minha infância, eu tive morando, eu fui doada por uma família aqui, que foram meus padrinhos, madrinha e aí eu talvez com um 5 anos de idade eu fui doada pra essa família e ai depois, depois de muito tempo eu voltei pra casa, minha mãe foi buscar e aí eu tava na Januária aí da Januária meus pais já vieram morar na piçarra preta e então ficou nesse vai e vem, de convívio é, durante muito tempo, talvez lá pelo ano de, talvez com 12 anos eu aí fui trazidas e não fui mais devolvida pra lá aí eu já passei morar é, com meu pai e minha mãe na aldeia, já foi na aldeia piçarra preta.
02 : 49
P – A senhora tem alguma lembrança da sua infância?
R – Tenho na minha infância, é Foi um período muito, é assim triste que eu passei na minha infância, por que quando você vai morar com uma família que não é parente seu de jeito nenhum né, você tem ali aquele sofrimento a onde você nunca esquece, nunca vai esquecer na sua Vida, é então, mais, eu, hoje já compreendo né esses momentos que eu passei na minha vida né.
03 : 40
P – Qual lembrança que você tem dos seus pais, dos seus avós e dos seus tios?
R – Há, eu tenho boas lembranças deles, é, o que me deixou a perguntar, a me perguntar sempre foi isso, por que que me doaram para aquele família né, é mais esquecendo isso meus pais sempre foram bom pra mim, meus tios que tiveram sempre presente e meus avós também muito presente na minha vida.
04 : 25
P – Na sua aldeia tinha Pajé, como eles eram, o que faziam?
R – Bom, é, na Januária tinha Pajé e eles, eu só ouvia as pessoas mais velhas contado o procedimento deles né, é na época, só que como eu já falei antes, eu não vivi muito tempo na aldeia e não pude presencia tanto o mal comportamento deles com as pessoas, por que os pajés eles fazem algo bom mas também faz algo de ruim pras pessoas né, então só ouvia falar, e
hoje a gente ainda é, ouve é, o comportamentos né dos pajés, é aqui, ou seja, onde eu morei na Januária é que tinha, depois moramos na piçarra preta não tinha nenhum pajé que eu me lembre né, enquanto que aqui no alto do Argelim também não tem pajé é então foi algo que chamou muita atenção de pessoas pelos procedimentos deles né.
05 : 54
P – Alguém lhe contava as histórias na sua Infância?
R – Sobre?
P – Assim sobre algum acontecido?
R – Sim, contava as histórias, muitas história as pessoas contavam, a minha avó contava, minha mãe contava, e outras pessoas contavam relatos que souberam né, perceberam né, relato sobre pajés ou outras variedade né, contava Variedade de outros acontecimentos que aconteceu bons comportamentos e outros que foram tão bem.
06 : 45
P – Pode ser histórias também de lendas causas?
R – Aham, tem, lendas, é a minha avó contava lendas, minha mãe, meu pai e também eu vir apreciar mais sobre as lendas, nos livros né, as lendas indígenas então várias me chamavam atenção é, na história. É uma história que eu nunca vou esquecer é sobre, a história dos dois gêmeos né dos Guajajara e aí é uma história que me chamou muita atenção e assim além disso tem outras histórias né com outros nomes.
07 : 36
P – A senhora poderia compartilhar com gente essa história?
R – É, sim... a história dos dois gêmeos. É, havia chamando Mayara, Mayara foi o criando de tudo na terra na época né e aí ele tinha uma esposa que gostaria de viajar né, aí determinado que ele saiu e ela ficou só, então ela sentiu aquela vontade de sair e o bebê, ela já tava grávida né, tava grávida então Mayara foi anda no mundo aí o filhote, o filho disse: mãe vamos viajar, aí ela disse como que nos vamos viajar eu não sei caminho por onde a gente sair pela mata aí ele disse não se preocupe não que eu lhe vou te ensinar, pois tá bom então aí foram, saíram né andando ela já com barrigão e aí ela disse onde nos vamos dormi, mãe vamos pela aquela vareta e foram na vareta e quando chegaram mais na frente ai ela viu a casa de marimbondo né, ou seja , o filho pediu pra ela o mãe , a senhora pode me panha aquelas flores, então no momento que ela foi panha as flores ela peitos na casa de marimbondo, e o marimbondo foi e esporou ela né e então ela disse mais o marimbondo me esporou aí deu uma lapada nele né que foi uma coisa assim tão incrível que, por isso que sempre me chamou atenção, aí ele zangou e disse que não ia mais ensinar o caminho pra ela, pois então tá bom, a gente vai seguir a vareta, mas na frente chegar na casa do, numa
a onde morava o mucura aí ela foi é muita chuva né, ela já toda molhada ai ela disse pra mucura que ela tava ali andando maise que ela não sabia por ir prosseguir, já tava de noite Aí ele disse pois então a senhora vai dormi aqui, arrumou uma rede lá pra ela e aí ele foi tão esperto é, que ele fez um furo, fez um teto bem em cima da rede dela e aí a chuva começou a molhar toda, ela toda aí ela disse mais eu tô toda molhada e ele foi com esperteza dele, disse pois vem dormir comigo e aí ela do dormi com ele, e lá, acho que namoraram né e lá entrou, fizeram a mucurinha né, aí a mucurinha né, já não era só mais
um, já era dois filhote e aí ela disse, deu prosseguimento na viagem outro dia aí um determinando momento ela chega em outra casa né, que tem como as roças como moradora da casa né, nesse momento tinha velha, os filhos tavam na mata andando aí ela disse mas o que tá acontecendo de onde a senhora veio, ela fez um relato dela e ai foi momento que os filho dela chegaram né, aí ela disse mais eu vou te esconder aqui, eu vou te esconder e eles não vão fazer nada contigo, de qualquer modo eles sentiram o cheiro dela né, um cheiro estranho e aí começaram a procurar e até encontraram né, mataram ela, e ela com muita tristeza disse por que vocês fizeram isso, ela era minha visitante é e agora, agora vocês vão partir a Barriga dela e tirar os dois filhote e ai foi isso que aconteceu tiraram os dois filhote, ela pegou os pano velho e aí embrulhou os filhote que é mayra yra que o filho do Mayra e Micura yra que é o filho da mucura né, do mucura, então com todo aquele jeito ela cuidou deles e aí eles foram se desenvolvendo, eles queriam doido pra comer eles e eles disseram não você não vai me comer, então É veja só que nessa história o que me chama atenção é o comportamento de Mayra yra com referência mucura yra, Mayara yra sempre teve cuidado com mucura yra né pra defender ele de todo o mal, então disse vamos aqui ai o filho da onça queria esperar eles pra assar mais não conseguiram né, todo jeito eles não conseguia fazer o mal pra eles, então tudo bem né, ai é, eu sei que o tempo passou e a velha morreu aí um determinado dia, eles foram andar na floresta e lá uma Jacu perguntou pra eles assim o quê que você andam fazendo por ai, há nós estamos caçando aí ele foi contar história de que é, a onça matou a mãe deles, relatou né, aí disse agora vocês vão, vocês volta pra casa mais é bom que vocês saiam de lá, então é, quando eles chegaram em casa avó ainda perguntou que chama raiz de vó né, mais o que foi que aconteceu que os olhos de você tão inchados aí ele foi disse é vó por que o marimbondo esporou a gente, por isso a gente chorou muito e ai por isso que nossos olhos estão inchado então é, mas então vamos nos concentrar e aí eles ficaram, quando, aí ele conversou com o irmão dele né, vamos se bora, vamos procura outro lugar aí eu sei que saíram e aí de repente eles encontram com um velho, um senhor já um ancião, disse assim mais, ei tamuy o quê que você anda procurando aí é, aí eles vão e encontram o pai, Mayara pai né, aí o Mayara disse nós somos, o seu filho e vocês são meus filhos somos, pois então vocês vão fazer uma tarefa pra mim, pra justificar que vocês realmente são meus filhos aí eles foram mais tem três tarefa pra vocês fazer a primeira vocês vão encontrar com ajaga, ajaga tua’ur que vocês vão fazer,
todos esses três vocês vão mata aí tudo bem ai foram e encontraram o ajag ai disse, é você vem de onde, há nós tamo, vocês vêm de onde, nós estamos andando aqui procurando uma saída que a gente quer realizar uma tarefa e disse mais vocês se, tamuy ensina nós pescar? Tudo bem aí ele foi ensinou eles pescar e pegaram peixe levaram pra casa ai tudo bem e aí outra tarefa, ai eles encontram com outro ajag, o ajag do cabelo comprido, aí eu sei que ele vão passando essa, essa história né com cada um, eu sei que eles, resumindo aqui a história vão acabar matando os três, os três ajag e aí no final eles chegam lá onde o pai Mayra e disse é pai, o final da história, o final da tarefa que o senhor pediu nós realizamos né aí o pai foi conversou com eles, eu sei que no meio de tudo isso. É realmente vocês são meus filhos mesmo, eu fico muito agradecido e então tudo bem vamos embora procurar uma terra Bonita, uma terra boa pra onde a gente pode produzir né tudo que nós tem de direito. Então gente eu fiz um resumo dessa história mais longa, tem mais detalhes, então isso é uma história que me chamou muita atenção que chamada é Os Mayra Yra, os dois filho gêmeos de Mayra, além de outras histórias muito bonito também.
16 : 05
P – O dona Alzenira a senhora ouviu essas histórias na Língua materna né, a senhora poderia conta pra gente alguma história da língua materna e depois fazer um breve resumo em português?
R – Aham, sim, a história é, tem como o título dela “A lua e a Estrela" né, a lua e a Estrela é... A lua sempre andava sozinha e, então é a lua, andava sozinha certo dia a Estrela e, A mãe da lua disse pra ela, oh mãe da lua, o que que a lua tem andava sozinha por aí toda vez, de noite anda sozinha. Aí a mãe dela disse assim é o jeito dela assim, por que ela não tem nenhum amigo, ela anda assim sozinha no céu toda vez ai a Estrela disse eu vou ser sua amiga agora, eu não sei não, você que sabe, como é que eu vou fazer pra falar com ela, é só levar a comida dela pra ela, faz a comida dela e leva e lá agora, eu quero ser seu irmão disse pra ela, o que será que ela vai dizer pra você, aí a Estrela fazia a comida e levava pra lua, eu conto em você, assim você não vai ficar sozinha andando E por ai de noite, eu te vejo sempre aí você é muito boa pra mim ai o que é que você tá falando, só você que sabe se quiser anda comigo, pode vir ai a Estrela foi junto com ele e lá eles vivem agora, sempre. Lua no céu agora, então acabou.
Havia um sol, ou seja, a lua. A lua vivia só não é aí a Estrela vivia, ela observava o comportamento da lua né que vivia só, aí no dia ela foi na casa da mãe lua aí disse por que a lua vive sempre só aí ela disse, a mãe respondeu por que ele não tem nenhum companheiro, nem uma companheira por isso ele vive só aí ela disse, mas como eu posso pra ser uma companheira pra ele, ai a mãe respondeu: só se você fizer a comida né, almoço e jantar e oferecer pra ele na hora pergunta se ele aceita, você como companheira dele ou não aí ele vai dizer pra você. Então tudo bem, é, então determinado dia ela encontrou com ele e perguntou né, você quer que eu seja sua companheira, aí ele respondeu você que sabe se você quiser é você será minha companheira né aí pra sempre aí gente casar e
vamos vive uma vida sempre junta né, então é por isso que hoje em dia, quando a gente vê a lua sempre tem uma estrela perto, então um resumo dessa história, uma reflexão que a pessoa tem é exatamente sobre isso né.
19 : 50
P – Com todas as histórias que seus pais, seus avós, te contavam trouxe algum aprendizado ?
R – Sim, principalmente comportamento né, no comportamento, como já foi falado antes sobre os pajés ne e aí foi um aprendizado que, um aprendizagem que eu recebi e que me ajudou muito. Por quê professora a senhora falar desse jeito, é por que é, a minha mãe, meu pai, meus avós me dizia assim oh aquele ali é pajé então na frente dele você não pode tá sorrindo, você tem que se comportar, por que tudo isso eles vão interpretar mal, ele pode lhe desejar o mal né e aí foi algo que eu aprendi né, sobre a contagem dessas histórias né se você tem algum alimento Você oferece pra aquela pessoa é, e aí são comportamentos que eles vão achar de você bom mais contador que além disso ainda tem aqueles maldosos que ainda pode querer fazer o mal pra pessoa mesmo assim né, então eu aprendi muito com isso e, são reflexões que a gente as vezes chega pro filho né, pros filhos, pras filhas sobre isso.
21 : 23
P – Qual língua era falada na sua aldeia?
R – Sempre a Tenetehara Ge'ey, ou seja, a língua indígena dos Tentehar né. Tenetehara Ge'ey, então é, a gente sempre aprendeu em casa A linguagem.
21 : 56
P – Seria interessante a gente aprofunda
mais nessa questão da língua, hoje a senhora atua como professora né dona Alzenira?
R – Eu tava esperando essa pergunta por isso que eu me calei.
P – Então a senhora poderia explicar um pouco mais sobre o seu trabalho, sobre a importância do seu trabalho, e como é o seu trabalho?
R – Aham, sim, então a minha língua materna eu aprendi em casa com meus pais, meus avós né, apesar de que na minha doação é, a minha madrinha sofreu muito, por que eu só falava na Língua indígena né, criancinha, era só na Língua indígena elas ficavam sem entender, sem saber o quê
que eu tava dizendo e aí o tempo foi passando, passando e elas foram é, me estendendo né, então é, mais quando eu voltei pra casa dos meus pais isso nunca é, esqueceu de mim, ou seja, eu nunca esqueci a minha língua, quando alguma dúvida que eu tinha eu perguntava pro meu pai, perguntava não ainda hoje eu pergunto ao meu pai né, que a minha mãe é falecida, mas eles me ajudaram muito, ainda ajuda ainda o meu pai e aí é, então tudo isso, mais quando eu comecei a ser professora, alguém disse assim você vai ser professora da língua Indígena, então isso também me enriqueceu muito por que é, são atividades que a pessoa quer, quer muito né mais o tempo passando, vai passando é ai a pessoa tem que aprofundar nessa, nessas atividade, então eu vejo assim que é muito enriquecedor essas atividades por que tipo, eu tenho, vamos supor, eu tenho a Carlinha, eu tenho minha sombrinha a menina a irmã Leila que elas de repente precisar de algum conteúdo de algumas atividades pra realizar né, aí elas se tiver alguma dificuldade, elas têm que recorrer a uma pessoa que sabe é, senhora, senhor, tio ou tia, me explica como é, se eu devo dizer assim, então é muito interessante a pessoa é correr atrás pra recupera as dificuldades que a gente senti né principalmente.
24 : 48
P – E, é muito importante né dona Alzenira esse trabalho, de repassar esse conhecimento para outras gerações ?
R – Aham, isso.
25 : 01
P – Me fala um pouquinho sobre seus alunos, quem são seus alunos, como é que eles Estão absorvendo o aprendizado da língua, o quê que a senhora, como a senhora vê essa perspectiva de futuro?
R – É, os meus alunos, é Eu tive cinco alunos de Primero ao Quinto ano, que esse ano eles já vão fazer o sexto ano na aldeia, então são alunos que é, que tem tudo pra eles recuperar a linguagem a onde eles não sabe, por que, eu sou professora mas também, vamos supor na Januária também tem professores da língua indígena
é então, eles podem recupera aí em qualquer um momento eles pode vir perguntar e dizer tia como é que se diz essa palavra, como se diz determinada frase e aí pode recorrer ao meu pai também aí a gente tá disponível pra responder pra eles como que eles devem responder, ou seja , usar o diálogo né, por que a muita necessidade. Pra aprendizagem da linguagem.
26 : 17
P – Aproveitando um pouco dessa aula espetáculo da senhora, a senhora poderia fala um pouquinho pra gente sobre as línguas dos povos que a senhora conhece, por exemplo aqui na Guajajara a gente fala?
R – Tentehara Ge'ey
P – Tentehara Ge'ey e nas outras nações a senhora poderia falar um pouquinho pra gente?
R – Das outras nações, é Eu só sei da minha nação, eu só sei da minha nação, agora falando, falando de outras nações eu não sei por que o Guajajara é o Guajajara né, tem o Ka'apo que é a linguagem dele também é, tronco linguístico Tupi, que algumas palavras que ele fala a gente pode compreender que é parecida com um dos Guajajara que também é do tronco linguístico Tupi e outros, vamos supor os que são de origem, ou seja, a ninguém é do tronco linguístico Tupi a gente vai entender que vamos supor que ele fala Pira eles vão dizer algo parecido também, vamos supor que o peixe e pira, vamos supor que é outra a borboleta é Panáma e outras é, vamos supor japucai é a galinha, as vezes eles vão falar algo parecido né com o dos Guajajara né, a gente vai compreender, então enquanto que dos canela, dos timbira a gente não compreende tanto assim né, então é uma dificuldade que a gente tem por exemplo dos Guajá, os Guajá eles falam coisa também que a gente ficar um pouco Sem compreender né, o que eles falam e aí são Variedades de língua por exemplo no Maranhão que vamos supor, que são, já falei os canela que a gente não compreende né, há essa dificuldade pra gente enfrenta, enquanto outros que são mais complexo ainda pra gente não entender, vamos supor os caingangue que tem são do rio grande Sul né isso, os caingangue e outros também de, de outros estados que a gente também não compreende os que eles falam, enquanto que a linguagem ela trás uma diversidade né de, diversidade cultural ne, o comportamento sabe comportamento cultural então é isso que a gente fica sem entender, por que cada povo tem seu comportamento é diferente, então é dessa forma.
29 : 30.
P – É falando sobre as festa tradicionais, a senhora participou de alguma, teve alguma que a senhora mais gostou?
R – Das festas tradicionais e, o que mais eu, o que eu participei começou pela minha festa né, e aí eu gostei muito. Só que pra mim foi novidade por que como é tudo assim que eu falo é, tá repetino, tá se repetino ao meu, o que aconteceu comigo né , por quê foi a festa da menina moça né, a festa da menina moça, eu sempre gostei de participar, mas também gosto de participar da festa que também tá relacionada a moça é a festa da mandiocaba né, por que eu gosto da mandiocaba e quando dar pra me participar, eu participo da mandiocaba também e assim agora é, eu tive que
ver bem, eu acredito que talvez duas vezes a festa dos Rapazes só que essa é uma festa muito dificil de acontecer né, então pra mim a festa da menina moça e a festa da mandiocaba que uma puxa a outra né, aham.
31 : 01
P – E sobre as festas dos Rapazes a senhora lembra da primeira festa?
R – Da primeira festa eu lembro, a primeira festa dos Rapazes que hoje todos são avôs né, depois disso, eu fico com dúvida ainda se aconteceu realmente a segunda é por que são, eu lembro da primeira, eu lembro que foi algo que eu vir, mas eu tenho dúvida se aconteceu da segunda festa, pelo que eu falei né da segunda vez, mais foi algo que me chamou atenção foi da primeira festa dos Rapazes.
31 : 49
P – Da primeira festa, a senhora sabe como que aconteceu, qual o processo do, da festa?
R – Não, por que, quando, eu também não procurei saber como é que exatamente acontece, por que parece, me parece que não tem caça, não tem caça e sim tem tipo mingau de abóbora né, são só alimentício assim mais e que, fui procurar sabe ainda né, então é algo que chama atenção.
32 : 42
P – Oh Dona Alzenira a senhora poderia falar sobre a sua festa da menina moça, quantos anos a senhora tinha, a onde foi que aconteceu, quem eram as pessoas que estavam por lá, quem cuidou da senhora, a senhora poderia conta pra gente?
R – Sim, É geralmente talvez eu tinha de 13 a 14 anos, quando aconteceu essa festa e como eu já falei eu vivia na casa da minha madrinha né e aí, é, eu fui pintada ai foram fazer a festa, a caçada ai tudo aconteceu mas sem eu tá acompanhado né, sem eu tá acompanhado, quando disseram viemos aqui te buscar pra fazer tua festa, então foi algo que me marcou né, que me marcou quem cuidou de mim foi a minha avó, foi a minha mãe né que cuidaram de mim é e aí eles forma dizer não pode fazer isso é por que faz mal, tu tem que fazer assim, então quando eu, quando terminou a festa aí eu não voltei pra casa da minha madrinha por que a gente fica toda pretinha né da tinta e aí só voltei pra lá depois, ai depois disso aí eu acredito que papai não quis mais me dar pra lá né, me, minha liberdade de volta pra lá, então foi isso tem tanta coisa que a gente tem que obedecer ne, durante a festa após a festa, os comportamentos que são e é uma pena que muitos, hoje não obedece mais isso né aí as vezes vem prejudicar a pessoa, quando não obedece ir assim.
34 : 50
P – Meio que, quais eram as regras que podia fazer, o que podia e o que não podia fazer?
R – Determinados alimentos que a gente não podia comer né, só após acontecer um determinado supor atividade que gente tinha que comer aquele alimento né, não todo peixe a gente não poderia comer, tinha que fazer um procedimento da gente é, da mãe cozinha aquele peixe e aí vapor daquele alimento a gente se abaixar é botar pra pegar aquele vapor da, do alimento assim no estômago da gente, nem todo beiju poderia comer tinha que botar na cabeça pra não correr o risco de ficar careca né, então são tantas coisas que a gente tinha que obedecer pra não causar na gente um determinado é, ação que a gente, ai ia se perguntar por que que aconteceu isso, é por que ela não fez isso, por que ela não obedeceu então tem casos assim que a pessoa é, tem que obedecer durante a pintada, durante a pintada a gente não pode tá fazendo determinado ação né e tem é, seres vivos que acompanha né procura acompanhar aquela pessoa um jovem ou uma jovem né, vamos supor que são muito acontecido de acompanhar. Eu conheci uma moça ela já é falecida, ela faleceu mas que ela tinha paixão por uma cobra de duas cabeça e que isso aconteceu durante esse procedimento dela né que, eu acredito que isso vem fazer com que ela, não sei, não vivesse muito tempo né, assim também acontece com os homens né, ai são coisas que a gente tem que obedecer pra não acontecer o mal com a pessoa.
37 : 05
P – Como a gente tá falando sobre as festa né tradicionais é, eu queria saber quem era os cantores da sua aldeia?
R – Na minha festa
é, havia mais cantores né, claro que hoje já são falecidos né que tinha parente, tinha outras pessoas que, que também não eram assim parentes mais hoje ao tem pessoas que, a nova geração, já tão se capacitando mais pra cantar né, pra cantar e aí né, eu vejo assim que eles, eles estão progredindo, agora é com relação a fortalecimento dos cantos é, a gente vai está esperando mais incentivo, mais progressão por que, por que que eu digo isso, é por que com essa, a, jovens que cantam né mais que pra nova geração com essa pandemia que aconteceu né ai eles ficaram assim sem tá muito fazendo essas atividades mas se chama um grupo de Jovens bora vamos cantar, bora fazer uma pequena festa, eu vou chama cada nome deles de cada um, eu acredito que eles vem, por que tem jovens que sabem cantar muito, canto bonito né.
39 : 00
P – Tem um canto que a senhora gosta mais, que senhora pudesse cantar pra gente?
R – É eu vou cantar, tem uma do, ela fala do bem te vi né, são muitas né, como eu falei são muitos cantos bonitos que há, eu vou cantar essa do Bem te vi ela diz assim (39 : 32
a 40 : 31), é um canto do bem te vi que ele, esse canto ele serve tanto para é, o turno matutino e vespertino né então ele tá dizendo que pela manhã os bem te vi eles vão para o campo, eles rolam né e faz a festa deles na grama né e a tarde também do mesmo jeito eles vão rolando a imaginação talvez seja do cantor e, é assim que é a festa que fala sobre os bem te vi jua que dizer todo bem te vi tem um papo amarelo né então fala sobre isso. Katu, eu me emociono durante assim dos cantos por que eu não sei até quanto tempo que vai haver, vai existir esses cantos né como eu já falei a jovens que eles estão, eles vão dizer há eu vou cantar, eu vou criar um canto então eu só firmo que tem jovens compositores aqui é que eles é, vamos dizer assim é que ele realmente, ele sabe criar, ele sabe compor né, pena que, sabe como é nem toda pessoa dar aquela devida atenção pra aquele canto pra aquela pessoa que faz isso né e ai é algo que talvez venha entristece – ló né a não compor né por que a algo que chama atenção né dessas pessoas dos jovens então é assim que é lá, aqui tem as pessoas, aqui no Pindaré tem pessoas que já aprenderam mais, eu vou falar aqui não sei se o senhor vai pra lá, mas o que eu vou falar é algo que é muito interessante que eu acredito que eles vão gostar do que eu vou falar né deles dos jovens da Maçaranduba é eles cantam muito bonito casa letra que falam e bem compreensível né, e assim eu dou maior apoio a eles né, é muito interessante.
43 : 06
P – Oh Dona Alzenira a senhora poderia cantar mais uma musiquinha pra gente?
R – Aham, deixar eu me lembrar aqui, é tem uma que fala sobre a borboleta né, tem várias pra lhe que assim professor que os cantos eles falam muito sobre os animais né, sobre os animais que fala, dificilmente você vai, alguém vai cantar pra você tipo um canto que vai falar sobre é, um coelho né é mais então, mais eles cantam muito sobre os animais que chamam muito atenção deles, não sei por que né que, eles chegam a compor esses cantos é que, eu ainda não ouvir cantar nenhum sobre o pira ainda não ouvir né que fala sobre o peixe né, e sim, assim uma vez, um breve histórico aqui, tem um cantor que o Nelson ele canta também bonito, só que a linguagem dele pra não é tão, é clara não, ai um tempo eu falei pra ele assim Seu Nelson, por que o senhor não canta sobre Deus eu falei assim né ai ele deu um pulo, não por que falar sobre Deus, deu maior dificuldades, oxente eu fiquei assim então tudo bem, tá encerrado aí. Aí mais é assim que é por que não gosta não sei ou alguma coisa assim. É vou falar sobre, eu vê, tô pensando aqui, é por que tem vários cantos da borboleta né. Ata, assim (45 : 23 a 46 : 23), então é sobre a Borboleta que ela vai pra montanha, ela vai pra montanha, ela canta é, e tanto faz de manhã ou a tarde, quando ela vai, ela sempre faz a festa dela que são os canto dela né, então tá se falando não apenas só de uma, é, não é só de um animal e sim de vários né, Panâma he he, então é isso que, pra onde ela vai tá fazendo a festa dela se ela vai por um caminho, ela tá ali é algo ela tenha a festejar, então é isso que o canto fala. Esse katu tem Variedade de sentido, ele significa obrigado, tá bom, é legal né, esse katu. Então é isso que a gente tem ele algo assim que tá, tá bom, sempre bom né, então é desse jeito que é.
47 : 28
P – Aí a mulher fala “ Katu ma “ ?
R – Katu ma e o homem também fala Katu pá né, Aham.
47 : 44
P – Como a gente tá falando sobre os cantos né, esses cantos tem algum, assim algum tinha algum significado ou tem algum significado?
R – Dependendo da letra de cada um né, que tem, sobre a, cada um apresentar significado diferente que tem, sobre vamos supor uma letra aqui que eu vou dar diferente ela significa é, sobre a onça que os Tentehar chama de Jawara, Jawara Ruhu, que é a onça, então o canto que fala da Jawara Ruhu ela tem uma, um significado a onde ela vai demonstrar é, vamos supor a valentia da onça o procedimento que ela protege ela próprio, ela protege outros animais tipo assim, na verdade a onça não protege ela assim come né, então mais no canto ela faz sobre essa proteção que ela, que ela defende, ela se defende, eu acredito que não só ela mais outros também dependendo da letra do que ela tá cantando, do que a pessoa tá cantando, uhum.
49 : 19
P – Os antigos cantores eram diferente dos dias de hoje, como ele era, tem alguma diferença assim dos antigos e do agora?
R – Dos cantores?
P – Isso.
R – Os cantores tem, é por exemplo, as vezes a gente, eu me sinto as vezes só, ai eu fico analisando procedimento do que já aconteceu, do que ainda acontece, não aqui no nosso meio mais por exemplo os cantores, eles sempre gostaram, eles sempre gostavam de fumar né, de fumar, quando eu era criança durante a minha pintura é da minha festa eu via eles fazia cigarro em casco de Tawari né, que aquela que vocês conhece né, então era um cigarrão desse tamanho mais ou menos né, que faziam e hoje como não existe mais né esse Tawari, por que é um processo que dar atividade pra pessoa, pra pessoa tirar, vai na mata tirar é tirar aquelas cascas assim eu não sei como é o nome né e aí bota pra secar e depois vai fazer o cigarro, então é isso que acontece né... Então hoje o pessoal já faz o cigarro já é de papel né, já é de papel, era ontem que eu tava me lembrando, meu Deus é, sei lá, seria um estudo a ser feito né, por que qual é a tipo vamos supor será que isso é ruim ou será que o papel é ruim, será qual é que é bom é tipo assim é material que é usando por eles que eles é talvez não se deram conta do bom e do ruim né e assim enquanto que outros procedimentos, vamos supor eles se alimentavam do que? Eles se alimentavam mais de xibeu de farinha, farinha azeda de preferência ou de mingau de banana que eles se alimentavam, dificilmente aparecia arroz com carne, vamos supor de galinha ou de pira que é peixe, eu não sei se era por dificuldade né de na época não ter, então era esse o procedimento que eles faziam né, ai eu não sei talvez, hoje não, hoje já tem,
eles não mais toma xibeu que é difícil até farinha azeda aparecer né e já se alimentam de arroz feijão, frango, carne de boi ou pira também né, ai mais de vez em quando eles colocar vamos supor um peixe, um peixe muquiado né pra fazer diferença, então acontecer isso hoje né, então, não sei se a resposta foi conivente.
52 : 56
P – Oh professora é Alzenira a senhora tava falando que precisava fazer uma correção né, a senhora pode explicar pra gente?
R – Sim, é por que eu fui mais no Ritmo aí depois agora é, eu pensei por que esse som ele é realmente, ele é o canto realmente da arara né, por que são Ritmo parecidos como eu falei, então ao invés de ser Panâma é Arara né, diz assim ( 53 : 29 a 54 : 20 ), fiz a correção agora, eita professor, só o senhor pra me fazer cantar essa hora.
54 : 44
P – É, e sobre as pintura, algum , alguma teve algum significado especial pra você?
R – A pintura eu sempre perguntava é, por meu pai, pra minha avó, pra minha mãe, e outras pessoas diziam assim, mais o que significa a pintura pra pessoa, principalmente a jenipapo que a nossa é do jenipapo de vez em quando a gente usa o urucu também né pra se pintar mais é, a resposta que eu recebi era o seguinte que isso aí a gente, ele nos fortalecer, elas nós defender de todo mal né, então é isso que tinha como resposta mais pensando bem as vezes ela nos defende né, também as vezes a pessoa quando não respeita tipo aquele, aquela atividade da pintura seja do jenipapo, acontece isso como eu relatei antes né, a pessoa pode ser perseguido por alguma coisa a pessoa pode fica doente então é isso que acontece mais no decorrer do tempo aí apareceu pinturas né, por que na minha juventude, minha infância pra Juventude a pessoa só pintava a outra com a mão , metia a mão lá na tinta e começava a passar é tipo fazer uma pintura vamos supor no rosto bastava sujar o dedo, o jenipapo fazia assim e fazia outras coisas assim no corpo ali ia prosseguindo aquela pintura aí depois com a chegada de outros índios aí fulano o que significa isso aqui, esse aqui significa
a pintura é da borboleta, isso aqui significa aí é do Jabuti né, então são traços assim que já foi criado né com passar do tempo, foi criado pra dizer que o significado é daquela tinta, daquela pintura significar é vamos supor como eu já falei a pintura do Jabuti ou de outro que eu falei, então a pintura ela foi cada vez mais se modificando, como a gente observa que a gente já vê pintura já diferente, vamos supor a Carla aí também ela já faz cada pintura bonita né, na pessoa e aí a gente, só detalhes que tem pessoas que diz a mais aquele ali é sobre a Jiboia né a pintura então são determinadas é, pinturas que tem os seus significados né, então é isso que eu entendo né, as minhas filhas elas se pinta bem agora, não sei parece que o jenipapo não gosta de mim, katu, katu ma. Eu já conheci pessoas jovens por exemplo que quando se pintou ela dizia assim eu não gosto de me pintar por que me faz mal, a pessoa ficar doente né, então ficar doente, então por ela obedecer aquele comportamento de dizer aquele ali é não me faz mal, ou seja, não faz bem então ela não é pintava né, então é isso que acontece, diferente de mim eu não vou dizer que o jenipapo me faz mal ou eu vou sentir febre, eu vou sentir algo assim que não, desagradável não né mais é assim que acontece minhas filhas gosta de se pintar aquela primeira ali ela gosta de se pintar é, a Carla de vez em quando também ela se pinta, então são meus netos mais eles também gosta de se pintar, agora já eu não, eu acredito que é por que a pessoa não tem paciência de me pintar é isso, katu, katu ma.
59 : 56
P – Na sua aldeia passou por alguma invasão de madeireira ou fazendeiros ou não?
R – Rapaz aqui na nossa aldeia já vamos completar praticamente 5 anos que a gente tá aqui mais não teve invasão tipo de madeireira primeiro por que na nossa área só tem essas pequenas árvores né, não tão e diferente né e em outros locais que acontece muito mais aqui não né. Por que já é capoeira não tem planta mais madeira é vamos supor da grossura daquela palmeira é, o que mais tem são essas pequenas árvores então não teve entrada, ou seja, invasão agora aqui na região da Pindaré já vou abranger ela tem invasão de palha de pequenas madeiras cipó é, tem isso. Por que a nossa área ela e rodeada de povoados é e aí esses povoados eles vão não tem lugar pra tirar uma palha, tirar uma madeira pra fazer casa pra tira cipó não tem, então eles entra pra dentro da área indígena vamos supor ali do tirical é, então acontece é aí já é diferente de nós vamos supor assim.
1 : 01 : 54
P – O que vocês faziam em relação às essas invasões ?
R – Me trás um pensamento de tão antiga talvez isso aconteceu na minha, durante a minha criancice, que eu só ouvia falar né que, vamos supor, na Quebração de Coco, acontecer por que as, não vou dizer as índias por que é dificilmente a india que quebra Coco né, e aí bem no início talvez nos anos de 80 por ai assim acontecia que as pessoas viam, entrava na área né com suas famílias quebrava Coco e aí sempre teve aquele atividade de, como o pessoal hoje chama Guardiões, então na época eles verificavam o que tava acontecendo e encontrava grupo de pessoa quebrando Coco e lá eles tomavam os Machados né e tomava os Cocos né é um relato assim que a gente nem gosta de comentar mais só mesmo por causa dessa perguntar, mas isso aconteceu é, e hoje difícil acontecer por que não anda vigilância vamos supor pra procurar essas atividades que fica acontecendo né mais que há, ainda há pessoas não indígenas que entram pra quebra Coco, fazer carvão então eu reconheço pela necessidade que eles têm, eles são, eu vejo assim a dificuldade deles é eles se sentem obrigado a entrar né, é pra fazer essas atividades. É lamentável mais acontece.
1 : 04 : 11
P – E o que mudou na sua aldeia Lá pra cá?
R -
É, como eu já falei na nossa aldeia aqui é não tem esse, essas atividades né, agora, nem sei o quê que posso dizer, por que a Carlinha não quebra Coco eu quebro Coco pra tirar o leite as vezes pra têmpera alguma comida né, e mas a gente não, não tem esse tipo de, vamos supor de invasão não por que é, ainda que não há, mais na área indígena Pindaré, falando de invasão é temos um lago ali chamado, lago da Bolívia que os pessoal entrar pra adquirir os peixe, leva os peixes e outras coisas que a gente, assim nem gosta de tá comentando é, a gente, eu tinha a minha família tinha poucos gados, mais eu não sei o que aconteceu com esses gados que eles sumiram só Deus sabe o que aconteceu, quem levou mais eu não sei é mais eu acredito que Deus ele tomará conta de tudo isso né que aconteceu, então a gente não enfrenta totalmente aqui aldeia, nossa aldeia o que tá se falando sobre a invasão mais aqui na nossa área há esse tipo de invasão.
1 : 06 : 16
P - Teve alguma história que você não contou e que gostaria de contar?
R – É, são muitas Histórias que parece que eu assim, eu tava pensando que eu ia vir a perguntar é, como foi muito importante o relato do professor que essas histórias elas vão pro museu, elas vão ser lembradas né o que eu falar agora vai ser falado é até não sei quando, acredito que até quando Jesus volta então mais tem coisas assim que a gente é bom falar do que eu, eu não posso dizer assim há eu não quero isso por que alguém vai escuta e vai me chama atenção mais pelo contrário né que fica há algo registrado na, na entre a nação Guajajara aqui do Pindaré vamos supor é algo que vai, eu não sei, por que só Deus sabe de tudo é que vai acontecer, será que é verdade que o governo vai tirar a rede elétrica do meio, do nosso meio né, por que eu já vir esse comentário na, na , no WhatsApp, como será que vai ficar pra nós tudo isso né, o quê que a gente pode fazer pra isso não acontecer vai ser bom pra nós, vai ser ruim pra nós é algo que a gente fica pensando né, pensa muito e então é, só voltando aqui pra, pra perguntar novamente é sobre?
1 : 08 : 24
P – História que assunto que a gente não tratou que a senhora gostaria de falar?
R – Aham, sei, pois é então é isso que é né, tem outras situações também dentro da nação do Pindaré que realmente acontece muito professor, você aí sabem também que, é sobre a bebida alcoólica é sobre o uso de entorpecente que é a droga né, e aí possa prejudicar os jovem indígena né, tanto mulher quanto homem né, que eu não sei como vai ser né, por que a muitas coisas assim que a gente se perguntar se isso acontecer o que, que vai ser resolvido enquanto a educação indígena o que vai ser resolvido por que agora professor é, nos estamos em 2022, talvez em 2017 por assim eu tô botando a longa mais adiante por ai assim né, aqui não tinha educação, sobre educação indígena falando sobre a lingua materna para os pequenos então a partir dessa data que eu falei, talvez foi até mais antes é, que foi adotado um trabalho com a educação infantil trabalhando sobre a língua indígena pra esses infantis, é interessante professora, é interessante mais, seria Muito interessante se a família se dedicasse ao aprendizado da língua, ou seja, ao uso da linguagem com essas criancinhas. Por quê que a senhora tá falando isso? Por que as criancinhas elas vão ouvir somente o professor na escola, quando chegar em casa ai ele ouve totalmente Português que não é a nossa linguagem materna, aí eu fico pesando meu Deus, o quê que vai acontecer, então é isso que é uma perguntar que a gente não discutiu e a gente não sabe o quê que vai acontecer daqui por diante né. Por quê, que nem eu falei né se as mãe não se interessarem pois ficar, vamos dizer que, sem muito avanço, jovem que não sabem, tudo isso é um questionamento que a pessoa fica repensando no que vai acontecer né, por que a verdade ela tem que ser dito, tem jovem que são filhos de índia com índio mais eles não sabem muita coisa, talvez sabe o nome de pira que é o peixe né do Japucai que é galinha, mas falar, frases ao sabe aí o questionamento que a pessoa o Karayw que nos chama o não índio ele vai dizer para o índio, você é indio eu sou, pois me fala sobre a sua língua, ele vai dizer não eu não sei aí o Karayw pode dizer então você não é índio né, por que tem esses questionamento aí ele vai é tipo assim, questionar hora eu sou índio sim, por quê que eu não sou então é isso que a língua, a línguagem ela tá sendo esquecida ela não tá sendo tão valorizada como deveria ser, já tem inglês as escolas indígenas né tá faltando mais linguagem né, enquanto que a própria linguagem professor Marcos é, a pessoa diz assim há essa língua aí é muito paia, há eu não gosto da língua indígena, da aula da língua não que é uma língua muito paia, gente a onde é, a onde que nos vamos chegar com tudo isso. Então professor são questionamento que a gente, esses questionamento é, que vai ser colocado ele vai ser ouvido, mais adiante e aí as pessoas vão dizer bem que realmente ela comentou mesmo isso é, se a pessoa não se interessar pra aprender né, se a Carla não se interessar se a irmã Leila não se interessar pra falar aí fica uma situação bem difícil que quem vai perder que tem necessidade são os filhos, são meus netos que vão aparecer então a línguagem eu no meu ponto de vista ele teria que tem mais valor, na minha família eu falo na linguagem, eu falo com o papai só na linguagem né aí tem meus irmãos que fala também, não vou dizer assim cem por cento mais ele faz o que ele pode, já tem irmão que não fala também na línguagem então é desse, acontecer professor na gestão escolar dizer assim a vamos colocar dona fulana por que ela é índia, nos vamos colocar ela na Língua indígena ser professor na Língua indígena mais a onde aquela professor não contribui para aquela situação a onde ele tá sendo colocado né, por que vamos supor eu tô nessa idade mas qualquer dificuldade que eu tenho sobre a língua indígena eu recorro ao meu pai, pai como é que diz assim essa, esse nome ele vai me dizer são coisa professor que, uma dia desse ele disse pra mim assim nené a línguagem tá sendo modificada por esses mais jovens que não sabe e não procura que quem quer saber, ou seja, não procura quem sabe pra eles perguntar fulano como é esse nome, como é que a gente diz assim, assim né aí ele vai dizer, vamos supor professora como é que a gente vamos falar arco íris aí professor vai dizer não eu não sei, professor como é que nos vamos chamar arco íris aí ele vai perguntado, perguntando, perguntado, ai ele vai dizer é Janu Rapé, Ata Janu Rapé, aquele que for bem atencioso ele vai escreve no papel no caderno dele Janu Rapé – Arco íris, e assim isso deveria acontecer com várias outras palavras né, katu, katu ma.
1 : 16 : 31
P – É como filho da você contar essa história pra gente, como a senhora se sentiu. Especialmente vendo a sua filha responsável pela assunto, pela filmagens né e Pela Leila também?
R – Aham, como é que eu me senti, como é?
P – É, como foi pra senhora, como a senhora se sentiu?
R – Ata, Bom bem de início, Carla o que você vai me perguntar, há mãe nunca me disse Carlinha tem que me dizer por que, pra ir adiantando o que eu vou dizer aí mais é sobre a educação mais tá bom, também não vou ta questionando muita coisa. Foi muito Gratificante pra mim, pra é, ter vocês como referência da realização desse trabalho é como eu falei, eu não falei tudo né que deveria falar mais foi muito importante pra fazer essas colocações é, e que vocês deveram pesquisar mais coisas ir, fazer pesquisas entre as pessoas né então que isso deve ser muito é questionado por sobre tudo que, enquanto quer não for para o museu mais pode ficar em anotações né, foi muito importante, eu acho, katu, katu ma.
1 : 18 : 28
P – E se você fosse levar uma, é uma memória da sua Vida, qual seria, qual seria ela?
R – Uma memória da minha é Vida, seria a, falando, é relatando um pouco da minha história por que, o que eu relatei aqui foi muito pouco né mais relataria uma história da minha vida que isso eu acredito, que Deus Vai me dar essa possibilidade de fazer uma Biografia, Por que é muito interessante cada um, cada uma pessoa fazer a sua Biografia pra que possa deixar até mesmo para os filhos né e dizer esse aqui é a Biografia da Mãe e que ela pode fazer então é isso como eu relatei bem no início professor que eu tinha muita vontade de, é fazer um curso de linguística , só que pra mim eu acredito que, eu quero dar mais atenção pro meu filho pra não deixar ele só é e assim, demais, depois que apareceu essa pandemia eu digo não, conheço tudo, eu que, eu não vou mais eu tinha vontade ainda penso muito sobre isso então é isso, falei muita coisa, pouca coisa.Recolher
Título: Dificuldades dos alunos para aprender a língua materna
Data: 23/02/2022
Local de produção: Brasil / Aldeia Alto Do Argelim
Transcritor: Geclesio Vituriano Faustino Guajajara Personagem: Alzenira Guajajara Alves Entrevistador: Leila Guajajara Entrevistador: Yuna Guajajara Entrevistador: Leila Guajajara Autor: Museu da Pessoahistórias que você pode se interessar
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