Descobri que ele era egípcio Adorei a ideia de fazer amizade com alguém daquela terra encantada e misteriosa.
Bem, daquele "chat" nasceu uma linda amizade, que, após alguns meses (3 ou 4) transformou-se em namoro.
Insisti para que ele me mandasse uma foto via e-mail e, um dia, finalmente isso aco...Continuar leitura
Descobri que ele era egípcio Adorei a ideia de fazer amizade com alguém daquela terra encantada e misteriosa.
Bem, daquele "chat" nasceu uma linda amizade, que, após alguns meses (3 ou 4) transformou-se em namoro.
Insisti para que ele me mandasse uma foto via e-mail e, um dia, finalmente isso aconteceu.
A foto não eram bem nítida, mas isso não importava, eu já o amava.
Conversávamos todos os dias no MSN e às vezes usávamos o microfone.
Também falávamos no telefone – gastei uma fortuna com conta telefônica.
Bem, de repente, surgiu uma oportunidade única de eu visitá-lo no Egito.
Na verdade, eu não tinha condições para fazer tal viagem, para isso eu teria que vender parte de minha herança... Não pensei duas vezes
Aproveitei as férias de julho de 2002 e lá fui eu. Meus amigos chamaram-me de louca por me aventurar sozinha numa terra estranha com pessoas "desconhecidas", mas meus pais e meu irmão me apoiaram o tempo todo.
Parecia um sonho... Eu não conseguia acreditar que ia encontrar o amor de minha vida.
Assim que desembarquei no Cairo, lá estava ele me esperando com a camisa que ele vestia na foto.
Ignorei tudo e todos (inclusive os costumes daquela terra tão distante), corri em sua direção, esquecendo minha mala para trás, joguei-me em seus braços e beijei-o apaixonadamente sem me importar com o que acontecia ao meu redor. Os 28 dias que passei em sua casa foram FANTÁSTICOS.
Ele veio me visitar em janeiro/2003. Ficou 40 dias, voltou pro Egito pra terminar a faculdade (ele tinha apenas 21 anos).
E depois veio para ficar, chegou em novembro de 2004...
Jamais imaginávamos que enfrentaríamos tantos problemas para "conseguirmos" casar.
Quando demos entrada nos papéis de casamento, uma triste surpresa: o cartório de minha cidade não aceitou os documentos dele, faltava alguma coisa.
Lá foi ele, sozinho, para Brasília, com a pouca bagagem de português que possuía, obter o tal documento.
Depois de tal façanha, voltamos ao cartório e recebemos outro não
Liga aqui, liga ali, tentando resolver o problema e nada.
E o tempo passando. O visto dele perto de expirar. (Ai meu Deus, que nervoso.)
Tentamos o cartório de São Paulo (tenho parentes morando na capital), que aceitava o tal documento, mas com uma condição: tinha que ser carimbado pela embaixada brasileira no Egito, juntamente com todos os outros documentos. Não tínhamos tempo.
Voltamos desolados e sem saber ao certo o que fazer.
Foi então que, após um longo e cansativo dia de trabalho, o telefone tocou Era minha prima, dizendo que a prima dela, que se casou com um argentino, tinha tido o mesmo problema e conseguiu se casar no cartório de uma cidadezinha do interior.
Lá fomos nós tentar a nossa sorte. Pensamos em alugar uma casa lá por um tempo, mas não foi necessário, uma amiga nos acolheu.
Depois de 6 meses tentando, o casamento aconteceu.
Mal acreditávamos, depois de tanto "sufoco", depois de "ralar" tanto, tínhamos o papel que fazia de mim sua esposa. Finalmente.
Os dois primeiros anos de casados foram meio turbulentos.
Eu sou uma pessoa difícil e dei um pouco de trabalho.
Talvez porque não tivemos um tempo de namoro "em pessoa". Mas, com o tempo, a gente vai aprendendo que dividir a vida com alguém significa mais do que dividir uma simples casa. significa abrir mão de algumas coisas, fechar o olho para outras e desfrutar muita coisa boa se soubermos dar valor ao que realmente tem valor.
Nunca tivemos problemas por causa de religiões diferentes, nem por causa da cultura.
Mas acredito que isso se deve ao fato de eu vir de uma família meio tradicional em que os religiosos se vestem com bastante modéstia e não frequentam muitos lugares no mundão la fora.
Então, o fato de eu não usar shorts, blusa sem mangas, não frequentar bares etc. deve ter ajudado.
Mesmo tendo desentendimentos como qualquer casal normal, tenho reparado que o que ajuda a edificar um relacionamento é o respeito.
Eu sempre disse e continuo dizendo que o amor não é a coisa mais importante na vida de um casal. Muito mais importante que o amor é o respeito.
Quando o respeito começa a faltar, o amor começa a morrer. Sim, o amor tem que ser cultivado, e eu diria que o respeito é o melhor adubo.
(História enviada em março de 2010)Recolher