Olá caro leitor, Estou extremamente lisonjeado em você ter escolhido minha história, desde já boa leitura, e volte sempre por aqui! Você obviamente já sabe que me chamo Valdenilson, que tenho 19 anos, e que nasci na cidade de Cururupu, no Maranhão. Mas, a história que me proponho a disserta...Continuar leitura
Olá caro leitor, Estou extremamente lisonjeado em você ter escolhido minha história, desde já boa leitura, e volte sempre por aqui!
Você obviamente já sabe que me chamo Valdenilson, que tenho 19 anos, e que nasci na cidade de Cururupu, no Maranhão. Mas, a história que me proponho a dissertar aqui, é a história que você provavelmente não conhece sobre mim, e que talvez não possa ser tão interessante assim, mas é a minha história sobre a minha própria perspectiva.
Tudo começa no município de Cururupu, mas especificamente na Ilha de São Lucas. Esse lugar é o meu paraíso, meu porto seguro, minha morada de alma. Lá fui muito feliz, na verdade como nunca mais fui. Lá dei meus primeiros passos, aprendi a falar, aprendi a construir relações, a aprendi um pouco sobre a vida. Aliás, devo tudo isso, a minha família, que me encheu de valores e princípios digno de um bom cidadão, que com certeza ajudaram a formar o Valdenilson que sou hoje. A minha infância neste lugar foi brilhante, apesar de não possuir objetos que hoje em dia muitas crianças possuem, como celular, brinquedos ultra modernos, nessa ilha eu vivi a infância como poucas pessoas viveram. Eu fazia meus próprios brinquedos, criava carrinhos com latinhas de sardinha, barquinhos com casca de coco, entre tantos outros que despertaram meu espírito criativo. Eu amo criar, fazer, colocar a mão na massa mesmo. Mas continuando, essa minha felicidade dependia de uma única pessoa que 10 anos após meu nascimento iria me deixar, mas que amei muito durante todo esse tempo, e ainda continuo a amando. Minha fonte de felicidade era minha avó, ela me incentivava a ser quem eu era, ela me incentivava a lutar pelo que eu queria e acreditava, ela me incentivava a conseguir o que eu queria, ela me incentivava meu lado criativo também, me colocava para cantar na igreja, pra fazer personagens bíblicos, papai Noel, eu amava explorar esse meu lado. Eu amava quando ela fazia cocada, e os bolos dela, era confeiteira de primeira, ela sabia fazer várias coisas, até cortar meu cabelo, costurar minhas roupas, arrancar meus dentes ela fazia, a vó Daluz, era minha maior inspiração. Eu amava amar ela, amava o jeito que ela amava as pessoas, seus filhos. Ela ajudava a todos como podia. E tudo isso acabou em 2012, com o cancêr maldito que levou minha vó de mim. Me lembro dela morrendo no quarto e me olhando com aquele olhar de despedida me dizendo através dele "se cuida", eu me recusava acreditar naquilo, fui para o quarto e chorei tanto, mas tanto, pedi a Deus para que ele me levasse no lugar dela, mas parece que ele não gosta muito de pedidos... Ela se foi e um pedaço meu também. Não que eu tenha me tornado uma pessoa ruim e rebelde depois disso, não estou sobre isso, mas se foi uma parte da minha felicidade. Vocês devem estar se perguntando: "Ué, essa história não era dele, por que não para de falar da vó dele?". Lhes respondo com todo coração, e lhes garanto, que a minha história, a história da minha infância, se resume a minha avó Daluz, aos cuidados dela comigo. Continuando a História, após a morte dela, anos depois minha bisa morreu, a mãe da vó Daluz(que era mãe da minha mãe, perdoem por não ter lhes falado isso antes), e em meio a tanto luto, e em razão das poucas oportunidades de aprendizagem naquele lugar, eu e minha família viemos morar na cidade de Raposa, ainda no Maranhão. Aqui foi um processo difícil, apesar de termos a família do meu pai quase toda morando aqui, e parte da família da minha mãe que mora em São Luís, não era a mesma coisa, sabe? Tivemos que nos readaptar a novos estilos de vida que não eram o nosso, saímos de uma comunidade de 200 famílias, para uma cidade com mais de 30 mil habitantes, então acredito que vocês me compreendem. Passados um ano, eu já estava concluindo o ensino fundamental em uma escola pública aqui na Raposa, eu decidi que queria fazer o seletivo do IFMA, me matriculei, fiz todo um estudo, fui aprovado, lá vivi coisas que eu amo recordar, lá aprendi um novo mundo, me tornei uma pessoa ainda mais melhor, e obviamente conheci pessoas que levo para a vida. Passado isso, os três anos do ensino médio, fiz o seletivo do Paes 2020 para ingressar na UEMA, consegui êxito logo de primeira, hoje estou no 4º período do curso, e enfim, consegui o jovem aprendiz que tanto queria. Hoje eu olho para trás e vejo o tanto tive que lutar para chegar vivo até aqui, por que em nenhum momento foi fácil, mas acredito que minha vozinha e meu Deus me levantava sempre que eu caía. Tudo que eu vivi, me fez construir um Valdenilson muito mais humano, forte, sonhador, dedicado, criativo... Me tornou quem de fato eu sou, e eu devo tudo a minha avó, que me ensinou desde pequeno a lutar, a ser feliz com minhas conquistas, a não desistir. Abrindo um parêntese aqui para agradecer aos meus amigos também, que me fazem feliz todo dia, que me alegram, que me faz ser quem eu sou, humano, perto deles. Agradeço também a minha família, pelo apoio e por tudo.
Aqui encerro minha história, obrigado por ter lido até aqui. Excelente dia!Recolher