Tenho muita dificuldade para escrever sobre o meu avô Santo Caleffi, devido o respeito que tenho por ele e a grandeza de sua figura para mim. Ele é uma figura permanente e eterna para toda a família Caleffi. Representa muito para todos. Que merece respeito e reverência natural. Quando se pensa ...Continuar leitura
Tenho muita dificuldade para escrever sobre o meu avô Santo Caleffi, devido o respeito que tenho por ele e a grandeza de sua figura para mim.
Ele é uma figura permanente e eterna para toda a família Caleffi. Representa muito para todos. Que merece respeito e reverência natural. Quando se pensa na família Caleffi é ele que vem a mente como figura central. Representa muito para mim, marcou minha vida.
Meu avô Santo Caleffi é uma figura emblemática. Era italiano, loiro, olhos claros, alto, grande, decidido, líder nato, ocupava todo o espaço, cuidava de tudo, cuidava de todos, era amoroso no seu jeito de ser, de olhar, de agir, tinha autoridade natural, sério, mas humano, não arrogante, era inteligente, totalmente livre, não se prendia a nada, não dependia de ninguém, passava confiança, humano, dedicado, estava sempre em movimento, atento, tinha clareza do que queria, era seguro, ético, corajoso, firme nas suas decisões, ele vinha de longe, de muito longe, tinha história profunda, inspirava confiança, tinha carisma, era referência, não só para a família, tinha palavra dada, falava pouco, estava sempre em ação.
Santo Caleffi, nasceu na Comuna de Poggio Rusco, na Província de Mantova, Região da Lombardia, Norte da Itália, no dia 13 de abril de 1896. Veio para o Brasil ainda criança, com apanas seis anos de idade. Chegou no Brasil no dia 19 de outubro de 1898, acompanhado de seus pais Teodoro Caleffi e de sua mãe Vincenza Bastasini Caleffi e mais cinco irmãos. Foi morar no estado de Minas Gerais, no Sul de Minas Gerais, no município de Monte Santo. Casou-se com Genoveva Bonato Caleffi, teve dois filhos. Genoveva morreu e depois perdeu também uma filha com 12 anos de idade. Viúvo, casou-se com Maria Frania Uzae Caleffi, que também estava viúva. Com Maria Frania Uzae Caleffi, ali em Monte Santo, teve mais quatro filhos. Depois mudou-se para o município de Guaranésia e por fim migrou para o estado do Paraná, para o município de Cornélio Procópio, depois para o município de Cambé e por fim para o município de Marialva, num sítio finalmente seu, onde ficou até morrer aos 83 anos de idade. Era migrante.
Ele construiu sua história com dignidade e muita luta, marcou seu tempo, marcou a vida de muitos. Ficou na história.
Meu avô Santo Caleffi marcou profundamente minha vida e a de todos que o conheceram. É uma figura que ultrapassa seu tempo, como tantos outros anônimos, que com seu braço, com sua vida, com dignidade, fizeram história, dentro das condições do tempo que viveram. Serão sempre referência.
Meu avô Santo Caleffi, para mim, é uma figura determinante, definidora, referência em minha vida para sempre.
Acredito que a minha dificuldade de escrever sobre ele é que fico sem jeito só de pensar no que ele iria achar disto que escrevo, com aquele seu jeito sério de olhar, no seu silêncio que dizia tudo. Do jeito que ele era, acredito que não iria gostar de ver isto não ou se soubesse que estou escrevendo sobre ele, do jeito que ele gostava de ser discreto, de não incomodar ninguém, de ficar na sua, ia me dar um bronca com aquele jeito firme dele de não mandar recado, de ser direto, ia me dar uma "bambuzada". Ia olhar com aquele olhar de avô Santo e ia dizer: "menino deixa disto!"Recolher