Recebi meu diploma de bacharel em Pintura na UFRJ nos anos 80 (1987) e concluí o curso de Escultura em 1993 e Especialização em Conservação de Bens Culturais Móveis em 94, onde desenvolvi uma pesquisa sobre história, materiais e formas preocupada em compreender o mecanismo artístico. Destaca...Continuar leitura
Recebi meu diploma de bacharel em Pintura na UFRJ nos anos 80 (1987) e concluí o curso de Escultura em 1993 e Especialização em Conservação de Bens Culturais Móveis em 94, onde desenvolvi uma pesquisa sobre história, materiais e formas preocupada em compreender o mecanismo artístico. Destacados estes principais momentos da minha vida acadêmica, mergulho agora nas experiências do passado. Procuro encontrar o fio capaz de me conduzir aos "porquês" da escolha do meu "metier", do itinerário intelectual seguido: de trabalhos e de estudos artísticos para pesquisar em artes plásticas.
A procura me transporta a Muriaé, na Zona da Mata de Minas Gerais, onde vivi metade da minha vida aprendendo as habilidades no adiamento e desenvolvendo aquele nosso gênio mineiro. Todas estas manias que conservei, pois "não há ausência capaz de destruir o que temos do nascimento(...): nosso tédio à controvérsia, nossa anteposição à intimidade, nossa desconfiança, nossa timidez, o gosto para o humor, o jeito arisco, o ar esquivo, muito soberba mas... a cabeça baixa".
Como bem soube sintetizar Pedro Nava: "cem anos que eu viva não a perderei". É tocante voltar ao lugar onde se passou a infância, olhar cada casa que ainda resta, os passeios onde em minha infância ia e vinha do colégio, os jardins das casas onde casais namoravam, as janelas que nos contemplavam, o grupo escolar, o colégio, a igreja e seu sino, tudo isto, como diria outro mineiro, "bota a gente comovido como diabo". Vivi entre meus desenhos, pinturas, sons de piano, o quintal enorme de minha casa, onde estava sempre no alto de uma árvore ou descobrindo objetos antigos jogados nos porões das casas velhas, como peças do antigo cinema, tipografia, carros alegóricos dos velhos carnavais, coisas interessantíssimas que a minha imaginação, inspirada nas revistas do Fantasma, do Mandraque e nos filmes da matinê, transformavam em estórias.
O comércio de café de meu avô e um birô eleitoral (do PSD). Aí ensinava aos eleitores analfabetos o jeito de desenhar o nome, subscrevia envelopes no período de festas de fim de ano e dobrava cédulas no tempo das eleições. Estas atividades me mantiveram ligada à cidade e às pessoas de lá. Aprendi a cumprimentá-las pelo nome, a localizar onde moravam, a seção onde votavam. Assim nítidos em minha memória, os eleitores de mãos calosas, com olhares de afeto e confiança na minha família. Escuto o som de exercícios executados no piano misturados às cantigas monótonas das catadeiras de café.
O café... Sinto-me, ainda, impregnada com seu cheiro e com o suor dos carregadores empilhando sacas nos caminhões. Passada a fase do café, a cidade entra em decadência. Sigo algumas indicações de minha irmã Letícia, que dedicou sua tese de livre docência a uma forma de auto-análise. Na verdade, um desejo de relacionar os meus engajamentos intelectuais e a minha pessoa profissional, com os de meus colegas contemporâneos e o meu " habitus".
Um passado vivido num meio social afastado da área universitária e artística. Minha infância em Muriaé na casa dos meus pais que era uma extensão do sobrado onde vivia o meu avô paterno. Para nós mineiros, o que tem força de nos comover são justamente esses sobrados, onde alguma coisa de nosso começou a se fixar. Oitava filha entre oito irmãos, todos criados misturados com os primos sob a asa protetora do meu avô. Ele manteve a tradição dos estudos superiores na família, o gosto pelas viagens, pelas festas, pela política. Participou da "revolução de 30" e foi nomeado o primeiro prefeito da cidade. Esta situação eu sentia desde o Grupo Escolar. A professora mencionava os bancos escolares lustrados pelos meus antepassados e transformava em sonho a vontade de me igualar às colegas de classe que eu admirava por serem "salientes", "namoradeiras", más alunas e "repetentes".
Meus resultados escolares expressavam a minha herança cultural e meu auto-controle individual: nunca consegui nem mesmo uma segunda época, também não era a primeira aluna pois tinha uma fixação no desenho e não gostava de competição. Não conheci, diante da decadência econômica da família, o prazer do consumo que se introduziu na cidade no período "desenvolvimentista". Nosso consumo continuou restrito à boa mesa, viagens de veraneio, livros, discos, cinema e estadias no Rio de Janeiro, obrigatórias para todos. Tudo feito com enorme sacrifício econômico, mas considerado essencial para a educação. Tudo isso, me fazia sentir diferente também no tempo de ginásio, no Colégio Santa Marcelina. Sobre meu trabalho inicial, fazia mapas e cartazes, pintava murais e cortinas de lojas e restaurantes e também de quartos de crianças. Lençóizinhos e camisetas infantis.
Ainda no Jardim da Infância, era convidada pela diretora a pintar os diplomas e a porta do colégio nas épocas festivas. Escolhi uma madrinha de crisma por ela ser pintora, formada em Belo Horizonte. E minha mãe era quem mais me incentivava, até no meu álbum de bebê ela escreveu que notava minha vocação. Por isso escolhi o sobrenome de mamãe como meu nome artístico. Me lembro quando ganhei meu primeiro livro de arte de minha irmã: auto-retratos de Van Gogh, em 1960. Me apaixonei Adorava desenhar retratos. Como autodidata, dei aulas de pintura no porão de minha casa. Pensava em ser artista, mas antes acreditava ser necessário garantir algo sólido através do vestibular. Chorei para sair do Colégio Santa Marcelina e consegui que me deixassem fazer o científico em outro colégio. Pensei em estudar Arquitetura e conseguir logo um emprego. Sabia que teria dificuldades, vindas da minha iniciação intelectual fraca no colégio das freiras Marcelinas, cheio de reservas e pensamentos dissimulados. Não queria arriscar a viver toda vida naquela cidade sem cultura.
Mas existe uma distância enorme entre estudar arte e se profissionalizar. Além do mais, o meio artístico é incompatível com a educação que recebi, voltada para uma cultura geral", que poderia ser completada com a aquisição de uma cultura artística, histórica e teórica antes de trilhar o caminho necessário das esposas "inteligentes". A mudança para o Rio de Janeiro veio com o meu casamento (74). Assim, Mauro, o escolhido para me acompanhar neste caminho, estudava engenharia na UFRJ e trabalhava no núcleo de computação da UFRJ. Neto do amigo de meu avô, muito concorreu para que minha família apoiasse o casamento, apesar de me acharem muito nova.
Fascinada com a vida intelectual do Rio e querendo preencher as lacunas de minha formação, eu lia bibliografias de pintores que Mauro comprava para mim. E fui conhecer a Escolinha de Arte, fundada pelo artista plástico Augusto Rodrigues, onde minha irmã lecionava para crianças. Fiz lá um curso de xilogravura. Depois continuei no Parque Lage. Quando acompanhei meu marido, que foi trabalhar na Alemanha.
Avião
13/05/76. Foi a primeira vez que entramos em um avião. A família toda de Muriaé foi na despedida. De dentro do avião eu abanava o cachecol, mesmo sabendo que estava muito longe e não dava para reconhecer ninguém. O avião é enorme. Subiu tão rápido que em um minuto já estava vendo o Rio iluminado lá embaixo e mais uns minutos só a asa do avião e tudo negro. A gente quase não sente. Comecei a reparar como era bonito o avião por dentro, com música suave, tem música de Roberto Carlos orquestrada e sambas (Vem chegando a madrugada) que me fez lembrar do Tetê (meu irmão Alfredo). Estamos rodeados de alemães e espanhóis, moças magrinhas, bonitinhas e moderninhas. Começaram a servir e eu tomei guaraná com castanha de caju. O jantar foi uma delícia. A sobremesa foi chocolate suíço. Depois começou um filme de faroeste e dormimos. Acordamos com o sol nascendo. Maravilhoso Mas, no Pico da Bandeira é ainda mais bonito por ver a terra redonda e talvez por não estar presa. Olho para baixo e vejo as nuvens como carneirinhos. Parece que estamos de cabeça para baixo. O Mauro colocou no bolso um chocolate do jantar para guardar para mim, e, quando acordou, o chocolate
estava todo derretido. Teve de ir no banheiro lavar a camisa. São 10:30h aqui. Está um sol quente e estamos chegando em Madri. Não pudemos descer do avião e demorou muito tempo parado neste aeroporto. Não estava aguentando mais ficar sentada. Era meio-dia quando saímos de Madri. Subimos o nublado da Espanha e no céu azul dá para ver paisagens diferentes da nossa, e bem seca. Sobrevoamos os Alpes a 10 mil metros de altitude. É lindo O tempo estava bom:18 graus em Frankfurt. Vimos montanhas cobertas de neve.
Bonn - 15/05/1976
Chegando ao aeroporto de Frankfurt que é enorme e moderno, fomos ajudados por uma funcionária da Varig espanhola simpaticíssima a achar naquele labirinto o nosso avião para Colônia. O avião era menor e mais cheio de gente do que o que viemos. Mauro gostou, porque conversou com um alemão da cadeira ao lado e ele entendeu. Chegamos muito cansados, tensos demais. Preocupados em não perder as malas, não vimos e nem escutamos que havia um alemão - Rudolf - nos esperando e então pegamos um táxi e mostramos o telegrama que havíamos recebido no Brasil com o endereço do hotel. Rheinstrasse 129, Bonn-Beuel, tel: 02221-461708. O nosso hotel se chama Zur Erholung e é uma casa grande, com janelas no telhado, típica alemã, muito agradável e a dona também, apesar de não saber nada de português nem inglês. Todos nos acharam muito novos e gostaram muito da gente. A dona se desculpou, pois só tinha quarto no sótão. E eu adorei, achei uma graça. Me senti uma "gata borralheira". Uma parte da parede é inclinada forrada de papel de parede florido, mas em tom discreto.
Na janela tem uma cortina de renda e outra mais comprida e mais grossa para fechar por cima se quiser. A vista é linda Vê-se o rio Reno com as margens coloridas com canteiros de flores vermelhas. Adorei ver pela primeira vez um travesseiro de penas, grande e quadrado igual ao tamanho do travesseiro que papai usava. Tem também um edredon de penas, de quatro dedos de altura forrado com fronha. Há uma mesa enfeitada com uma jarra de flores de penas vermelhas, parecidas com as flores da margem do rio Reno. Mas aqui no verão escurece só as 10 horas da noite e Mauro cansado, ficou muito nervoso. Tive que escurecer o quarto fechando tudo. Dormimos muito das 9 da noite até às 10 da manhã. Já tinham servido o café que terminava às 8 horas.
Mas a dona compreendeu que estávamos cansados e nos serviu um gostoso café da manhã com toda boa vontade, interrompendo o seu serviço, porque parece que quem faz tudo é ela e a família. Não se vê empregados e é uma limpeza E o leite daqui? Não dá nem para explicar que gostosura. Quem disse que alemão é mal encarado? Ou essa gente não entende nada de alemão ou nós estamos com muita sorte. Eles procuram nos entender. Riem para a gente. São muito simpáticos. Após o café demos uma volta a pé pelo bairro. Mauro então ficou menos assustado e mais calmo, sem dores de cabeça, sem aquela agitação de ficar com cabelo em pé. Nunca pensei que Bonn fosse uma cidade tão linda e agradável para morar. O clima não tem igual nessa primavera, nem frio nem calor. O ar é uma delícia para se respirar. O povo é bonito e bem vestido. A moda é a mesma para os jovens. As senhoras usam chapéu e luvas de 1950 e senhores terno com chapéu de feltro cinza, e as crianças veludo.
Nas janelas com cortinas têm sempre vasos com flores. E na rua canteiros lindos de amor-perfeito de todas as cores. Aqui tem também pistas de bicicleta com gente de todo jeito pedalando. Os refrigerantes, cigarros e balas são vendidos em máquinas e os tíquetes de ônibus também. Dá o troco direitinho. Caixa de correio tem uma em cada esquina e também vendem selos. A dona do hotel nos apresenta aos outros hóspedes como estrangeiros do Rio de Janeiro. Muitos perguntam se somos gregos. Aqui tem muito mais feriado que aí. A dona nos chamou e fazendo muita mímica, mostrou o mapa com o rio Reno e onde pegar o barco para conhecer os castelos que ficam em sua margem. E fomos. Mauro trabalha no GMD e sua administração é um castelo. Temos almoçado no bandeijão do castelo. Primeiro toma-se uma sopa quente com legumes batidos ou não, mas gostosa. Depois do prato principal que varia éa sobremesa de sorvete, torta de maçã, de chocolate etc. Vamos para Passau, uma cidade que fica na divisa com a Áustria. Lá vamos fazer um curso intensivo de Alemão. Serão 8 horas de viagem.
Passau, Alemanha
O leste da Baviera, perto da "cortina de ferro" (fronteira com a antiga Tchecoslovaquia). O seu passado é um dos mais brilhantes da Europa, ao ponto de ser chamada a "Região do Ouro". Como um dos centros do poder na Idade Média, as pequenas cidades do leste da Baviera e da Boemia esbanjavam ouro no embelezamento de igrejas e monumentos. Entre Passau, a cidade que na idade Média era riquíssima com o "ouro branco" e Praga, estão as "veredas douradas", os caminhos por onde passavam as caravanas comerciais entre as cidades que faziam parte do reino de Carlos IV, no século XIV. De Nuremberg, a cidade do pintor Durer, a Praga, está a "Estrada Dourada", chamada assim por causa da suntuosidade da arquitetura e esculturas. Foi construída pelo imperador Carlos IV. Esse presente tinha também seu lado autoritário, pois ao mandar fazer a própria estrada, o monarca proibiu aos seus súditos o uso de uma outra, que passava por terrenos inimigos. As pequenas cidades da "Estrada do Ouro" têm nomes desconhecidos mas são lugares cheios de história e relíquias valiosas.
Em Neustadt existe uma das mais belas produções de peças de cristal da Alemanha. O triângulo Nuremberg - Passau - Praga é um dos recantos mais ricos e cheios de tradição de um passado de tanta ostentação. Na região de Passau, o artesanato de ouro tem tanta tradição que a Federação Alemã do Futebol manda confeccionar lá os seus mais importantes troféus. A cidade que é chamada também de a "Veneza da Baviera" porque é banhada por três rios - o Danúbio, o Oz e o Inn - tem uma catedral gótica e muitos museus. Na catedral de Passau encontra-se o maior órgão do mundo. Com 17 mil tubos e 208 registros. A cidade era também um centro importante para o comércio de madeira, linha, granito e um ponto de partida dos missionários que iam em busca da cristianização dos pagãos na Áustria e na Hungria. Na parte antiga da cidade, as ruelas estreitas lembram ainda uma época remota, mas os bares e restaurantes despertam um apetite bem atual, por uma salsicha branca e uma cerveja, produtos muito consumidos em toda a região Baviera. Perto da Prefeitura ("Rathaus") está o "Wilder Mann", que foi mencionado em textos históricos pela primeira vez no ano de 1303, e que tem uma exposição permanente de copos e cristais antigos. Nos passeios a pé, de carro ou de trem pode-se ver de perto uma região de natureza aparentemente tão intacta que mal imagina estar no centro da Europa.
Mas a floresta é enorme porque é na verdade a reunião das alemãs bávara e do palatinado com a da Boemia, que juntas formam a maior da Europa. A viagem foi ótima. Até a metade nos não fomos sozinhos na cabine. A cabine tem 6 poltronas, 3 de cada lado. Até a metade, tinha uma mãe com um menino de uns 4 anos, levadinho, não parava quieto. Depois ele dormiu e nós fomos ao restaurante. Mauro ficou preocupado porque deixamos as malas sozinhas. O trem parou. Voltamos para a cabine e a mulher com o filho já tinham ido. Ninguém mais veio para nossa cabine. Levantei os braços das poltronas e dormi na segunda metade da viagem. A paisagem mudou. Aqui é realmente muito mais bonito. Pouco antes de chegar, estavam toda hora pedindo passaporte, não o nosso pois falamos que íamos descer em Passau. É que alguns minutos depois iria precisar, pois Passau fica na divisa da Áustria e quase da "cortina de ferro". Chegamos em uma cidade mais antiga, tem ruas estreitas e ruínas mais velhas que o Brasil. É bem mais frio, mais cheia de morros e ladeiras. A Áustria fica na outra margem do rio Danúbio.
Chegando no Goethe foi aquele velho problema para preencher a ficha. Tínhamos que escolher que tipo de quarto queríamos. Com banho 2 vezes por semana era incluído no preço do curso. Banho todo dia, tinha que pagar mais 50 marcos. Mauro nestas alturas já estava nervoso, de cabelo em pé, e pediu o melhor, 60 marcos. Viemos parar num bairro afastado onde até a ponte tem vasos de flores de cada lado. É uma parte da cidade engraçadinha. Chamada Hals, Bräuhausgasse 16 - Passau - Alemanha. Frau Rodler começou a falar igual a Maria do Persa, uma senhora italiana, prima do Biagio meu cunhado. Não etavamos entendendo nada. Ficamos apreensivos e a acompanhamos por toda a casa. Nos fundos, tem um quarto, cozinha e banheiro. Um verdadeiro apartamento para nós. Com saída independente da casa da dona. Todo atapetado e com aquecedor até na cozinha.
Com geladeira, fogão com panelas bonitas que não precisam arear. E tudo 2: 2 taças de vinho, 2 xícaras de café, 2 copinhos de licor, 2 copos de cerveja. O quarto tem poltronas giratórias e outra mesa para escrever. Penteadeira, abajures, tudo que se precisa. Frau Rodler disse que já hospedou outros brasileiros. Deve ser porque são os únicos que exigem banho. Aí pronto O Mauro descontraiu e ficou contentíssimo. E foi tomar banho. Agora o engraçado. O box do banheiro é na cozinha e as talhas são 5 toalhinhas de visita. Mauro, com frio, queria enrolar na toalha e só havia pequenas. Ainda bem que escondi do Mauro (ele não queria essesso de bagagem) no fundo da minha mala uma talha de banho. E tudo se resolveu. Fomos em um mercado e enchemos a geladeira. Vamos estudar de manhã à tarde, e tomar café da manhã e almoçar no curso Goethe para conversar com os colegas e praticar a língua. Nossa classe tem japonês, Italiano, asiático, turco, americanos, iraquianos. Temos que tirar retrato para fazer carteirinha e pegar ônibus de graça. Passamos o ano de 1976 conhecendo o velho mundo. Museus e palácios em Viena, museu em Colônia e sua famosa catedral gótica, museu do Louvre em Paris etc... Abrindo mais a vontade de estudar arte profundamente. Aprendendo um pouco da língua Alemã, que eu nunca podia imaginar que poderia aprender um dia. Voltamos ao Brasil com um filho Fernando. E em 1979 meu capital cultural me permitiu passar no vestibular. E assim meio sem querer, recebi o diploma de Pintura e mais uma filha Cecília nos anos 80. Freqüentei o atelier da professora Cordélia Andrade.
Conheci a pintura do Parque Lage com Beatriz Milhazes (anos 80). De Tereza Vieira na rua da Carioca. Voltei à escola de belas artes para cursar escultura dividindo a minha vida entre exposições, trabalhos na escola e a minha família com a grande ajuda de meu querido marido Mauro. Espero continuar crescendo com o apoio hoje também de meus filhos Fernando e Cecília que já estão maiores que eu. Em 1992 participei do concurso para professor de escultura a título de experiência. E realmente me acrescentou mais do que como aluna do curso. Pesquisando e estudando sobre o assunto nas bibliotecas. E na prática com os novos colegas escultores. Novamente estou estudando história da arte depois de ter voltado à Europa em 93 e percorrido a Itália de Bizantino em Veneza, Gioto em Assis, Renascença em Siena, Florença e Roma. Espanha de El Greco, Velasquez, Goya e Picasso. Paris do Impressionismo etc. Em Londres vi o moderno, Giacometi, Modigliane, até instalações... Aproveitei para me inscrever no concurso de professor de pintura da UFRJ, com o mesmo objetivo do concurso anterior. E estou escrevendo sobre as técnicas da pintura, fazendo palestras, vendo a história da arte, agora no computador através de CD-ROM (fiz o curso de introdução e MS-DOS na UFRJ e outros) que agora já está ficando mais familiar. Hoje, tenho uma página na Internet com meus trabalhos.
"Vivo na busca inquieta de minha própria individualidade, sempre desejando superar os meus limites na procura do novo e de um aperfeiçoamento ainda maior".Recolher