Minha vida, uma verdadeira Arte Fiquei encantada com a ideia do Museu da Pessoa em eternizar a história de vida de um povo. Resolvi então escrever e quem sabe, inspirar outros com as minhas vivências a se apaixonarem, sobretudo pela Educação e pela Arte. Aqui coloco aspectos marcantes da infân...Continuar leitura
Minha vida, uma verdadeira Arte Fiquei encantada com a ideia do Museu da Pessoa em eternizar a história de vida de um povo. Resolvi então escrever e quem sabe, inspirar outros com as minhas vivências a se apaixonarem, sobretudo pela Educação e pela Arte. Aqui coloco aspectos marcantes da infância, da vida escolar, dos grupos onde atuei e atuo e da vida profissional.
Nasci numa época em que o brincar acontecia livremente, brinquei de boneca, de fazer comida, de circo, de baleada, castanha, gude e tantas outras. Ao anoitecer o costume era sentar na porta de casa para iniciar a contação de histórias, às vezes por meus Pais (Vera Lúcia e Domingos Lázaros) ou pelos meus Avós (Mª dos Santos -Tute e Abílio Aragão) ou ainda pelas vizinhas; essas vivências influenciaram e conduzem minha percepção e olhar no exercício profissional e da vida pessoal. Sou Valdicinéa Aragão Conceição, Mulher, Negra, Professora, Bandeirante, Catequista, Artesã e Contadora de histórias. Estudei logo cedo numa banca, pois meus Pais trabalhavam fora; ao entrar na Escola Primária eu era tão tímida que às vezes chorava, mas, também gostava de conversar e contar aos meus colegas, as histórias que aprendia; era uma forma de compensação, pela proteção que me davam na hora da sabatina de matemática, os números eram meu fraco; quando eu errava, eles me davam um bolo leve de palmatória. A contação de história continua presente em minha vida ainda hoje, contá-las para adultos, ou crianças em Escolas, Grupo de Mobilização pela Leitura, me traz alegria.
E o que mais tem aguçado essa vontade de contar história, é o fato de está escrevendo sobre meu Avô – Abílio Alves de Aragão, um homem plural e de múltiplas qualidades; era
alfaiate, fazia caixão sob medida, concertava máquinas de costura, organizava festas e nelas servia como garçom, medicava pessoas com enfermidades, dava estrema unção aos falecidos, batia o sina da igreja e era conselheiro.
Outro espaço de contação é no Núcleo Aventura Sempre Alegre – ASA, pertencente à Federação de Bandeirantes do Brasil - FBB, Instituição a qual faço parte desde os 12 anos; ela contribuiu e continua contribuindo para minhas tomadas de decisões e enfrentamento em vários aspectos da vida; a FBB completou 100 anos em 2019, ajudado crianças, adolescentes e jovens a desenvolverem seu potencial máximo, como responsáveis cidadãos do mundo, sem perder sua força e identidade.
Continuei os estudos e concluindo o Curso de Formação para o Magistério em 1986, numa turma muito unida, tanto que conseguimos nos reencontrar ao completar dez anos de formados. Nessa época atuava como Catequista de Primeira Eucaristia, depois de Crisma, além de participar de Grupo de Jovens, era um tempo de grandes amizades. No finalzinho do Curso de Magistério, ainda no período de Estágio uma surpresa: fui convidada para dar aulas numa turma de 8ª série, atual 9º ano. Levei um grande susto; veio medo, dúvida e também coragem de enfrentar e dizer sim; era para das aula numa Escola no Distrito de Quixabeira (Zona Rural), busquei muitas pessoas, aprendi muitas coisas, e o resultado foi muito bom, teve inicio aí minha vida na Educação, pois a partir dessa experiência, no ano seguinte já formada, chamaram-me para trabalhar no mês de março e no dia 01 de abril de 1987 assinaram minha Carteira Profissional. Daí para frente foram muitas experiências: trabalhei com Pré Escola, Alfabetização, série que me apaixonei por conta da transformação no aprendizado da letras. Com estas crianças construímos uma horta, incentivando o cuidado com a natureza e na época da colheita, eles levavam para casa (coentro e tomate -
plantamos repolho que não deu certo). Tinha uma grande companheira,
era a Zeladora dona Gilda, pessoa carinhosa e dedicada. Mas ocorrem as mudanças, então já no Ensino Fundamental I na localidade de Brejos na Escola Orlando Dias da Rocha, por volta de 1993, também plantei horta mas, sobretudo plantei sonhos, de conhecer um lugar diferente; a Capital do Estado da Bahia, Salvador, os alunos acolheram a ideia e logo se mobilizaram a vender geladinho, vender cocada para viajarmos, deu certo, a Prefeitura nos cedeu o transporte para vivermos uma aventura inesquecível. Para fechar esse ano com chave de ouro, houve uma festa de formatura da 4ª Série, hoje 5º ano, com direito a música ao vivo; mesa arrumada e entrada solene; para aquela época isso foi sensacional. Continuei outro anos naquela Escola e não me contentava em fazer apenas o trabalho em sala de aula, era preciso buscar formas de levar meu aluno a alçar voos diferentes e vivenciar aventuras. Passando para o Ensino Fundamentam II, agora em duas Escolas; Zona Rural e Sede, como Professora de Arte, tive mais espaço de ação. Na Rede Pública, (Centro Educacional Professor Agnaldo Viana Pereira e Centro Educacional Angelita Gesteira) Projetos de Exposição, Rua de Lazer, Viagem a Maragogipinho e Salvador; fazia muitos contatos para ver um brilho diferente no olhar de
cada aluno. Na Escola Privada, (Centro Educacional Otávio Mangabeira), vários Piqueniques, Projetos como: Arteiros na escola, Chão de giz, com destaque para o Projeto: Pinceladas Criativas, projeto de pintura em tecido no qual todos os alunos praticavam a pintura. Consegui uma parceria que doou todo o material de pintura, além de um armário de aço para guardar os materiais. Eu já ministrava cursos de pintura para adultos mantidos pelo SENAI e isso me motivou a levar a arte para Escola. E não faltaram as viagens: Salvador, Maragogipinho e Arembepe; o mais importante nesse processo era o respeito e cumplicidade entre os alunos e todos os envolvidos. A vida profissional também era recheada de muitas novidades, Congressos da CNEC -
(Campanha Nacional de Escolas da Comunidade) no Ceará, Brasília, Caxias do Sul; as
passagens eram parceladas, mas quando
chegava o dia da viagem estava tudo quitado, era só
experimentar as novidades; novos e interessantes lugares, diferentes pessoas e ampliação dos conhecimentos a ser partilhado com outros, por ser está a essência da vida. O conhecimento de fato precisava ser ampliado, então veio a Faculdade Maria Milza com o curso de Normal Superior e muitas alegrias com colegas que se tornaram amigos.
E essa vida também proporciona olhares, amores, encontroe e reencontros, me presenteou em 2007 com um filho;
Reinan Nascimento - meu Rei, que junto comigo, desde o período de amamentação saiu por esse mundo a fora fazendo Treinamento de Bandeirante em Mundo Novo, Salvador, Caldas de Cipó, Andaraí, Itabuna; que não perde as viagens de Escola, pois no momento da organização uma pergunta era certa: Reinan pode ir? E a resposta era: Pode! E seguíamos juntos. Digo que, tendo nascido em família humilde, com Mãe Charuteira, Pai Motorista,
fui e sou muito feliz; meus pais fizeram o possível para colocar tanto a mim, quanto meus cinco irmãos em contato com a Educação Formal, e ótima orientação familiar, a qual,
aproveitamos ao máximo, isso contribui para que eu possa enfrentar e realizar conquistas. Falando em conquista, a Especialização foi uma delas, justamente na área de Arte, culminando essa formação acadêmica com o Curso de Pedagogia. Atualmente, Professora em final de carreira, sigo buscando promover alegrias, sem estabelecer diferenças entre a escola Pública e Privada no tocante ao “novo” que todos os alunos tem direito de experimentar. Continuo no Centro Educacional Professor Agnaldo Viana Pereira, Distrito de Quixabeira, realizando Projetos como: *Oficinas Criativas, Projeto de continuidade a mais de dez anos – com atividade planejadas pelos alunos do 9º ano a serem realizadas na Escola Primária (Municipal de Quixabeira), Inscrito no Programa Criativos da Escola/2019. *Olarias, nossa Arte, nosso Povo, iniciado em 2019 - valorização dos Oleiros de Quixabeira, e visita aos Oleiros de Maragogipinho Bahia. *Produzindo telas, fortalecendo Habilidades, iniciado em 2020 – Oficina para produção de telas, depois pinta-las para expor.
Na escola Privada – Colégio Viana, Sede de Gov. Mangabeira, estou realizando projetos como: *Minha Família tem Artista, Projeto de continuidade, criado em 2007 - incentivo à produção de arte, a partir dos familiares, inscrito/2019 no XX Concurso de Arte na Escola Cidadã, chegando até a fase semi final. Projeto *Expo Viana Hansen, Projeto de continuidade criado em 2017- exposição de telas e
desenhos no Museu Hansen Bahia na cidade de Cachoeira, inscrito no
XXI Concurso de Arte na Escola Cidadã Concurso em 2020. *Visita ao Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí
a ser realizada em 2020 – oportunizar conhecimento cultural da nossa história e Pré-história. Bem, esse é um pouquinho de mim, vou parando por aqui a história escrita, mas dando continuidade a história vivida, buscando mais aventuras, mais alegria e querendo sempre ser e fazer feliz.Recolher