Alaor Pereira tem 67 anos, nasceu no dia 26 de fevereiro de 1952, na cidade de Lages, Santa Catarina, no Sul do Brasil. Filho de Amadeu José Pereira e de Maria Luiza Inácio de Liz Pereira, teve seis irmãos. De família humilde e trabalhadora, sabe que seu pai nasceu em São Joaquim e a su...Continuar leitura
Alaor Pereira tem 67 anos, nasceu no dia 26 de fevereiro de 1952, na cidade de Lages, Santa Catarina, no Sul do Brasil. Filho de Amadeu José Pereira e de Maria Luiza Inácio de Liz Pereira, teve seis irmãos.
De família humilde e trabalhadora, sabe que seu pai nasceu em São Joaquim e a sua mãe em Lages. Conheceu dona Maria, sua esposa, quando criança, pois eram vizinhos. A mãe de dona Maria não permitia o namoro, pois seu Alaor não era da mesma religião que elas. Mesmo assim, os dois se casaram e tiveram dois filhos: Adriana e Alexander.
Viveu sua infância nos bairros Copacabana e Santa Helena, que eram pouco habitados e muito tranquilos. Sua atividade preferida era jogar futebol nos campinhos da cidade com seus amigos, mesmo sem a permissão dos pais, pois sempre apanhava quando chegava em casa. Fala que teve dúvida de “por que Deus fez as orelhas nas pessoas”, mas descobriu que as orelhas servem para serem puxadas pelos mais velhos. “As orelhas não descolam, podem puxar,
puxar que não arrebentam”. Falou também que nunca é para chegar por trás de um cavalo, por mais mansinho que seja, pois é perigoso levar um coice. Foi o que aconteceu com ele durante uma das suas brincadeiras perigosas.
Sua primeira escola ficava na Lomba Seca, atual bairro Ipiranga. Era uma construção bem simples, sendo uma meia-água, formando uma só sala com poucos alunos e duas professoras que atendiam a classe multisseriada. O banheiro era na parte de fora, chamado de patente. A disciplina naquela época era muito mais rígida que atualmente. Existiam castigos e punições severas. Em caso de desobediência os alunos enfrentavam a palmatória, ficavam ajoelhados em grãos de milho, recebiam puxões de orelhas sem piedade e, se chegassem em casa e os pais ficassem sabendo, apanhavam mais ainda. Seu Alaor estudou até a 4ª série do 1º Grau, atual 5º ano. Ele não gostava muito de Matemática, suas matérias preferidas eram História e Geografia.
Na época em que seu Alaor era jovem gostava de namorar bastante, desde os 14 anos já tinha suas namoradinhas. Mas coisas eram diferentes, tudo era com muito respeito, inclusive os namoros. Casou-se com aproximadamente 20 anos e sua primeira filha nasceu quando ele tinha 22 anos.
Inicialmente, ajudava o pai na fazenda, mas para ganhar a vida trabalhou em madeireiras, serralherias, entregava leite na maternidade da cidade, serviu o Exército, foi policial, se aposentou como Funcionário Público Municipal, no cargo de Fiscal de Meio Ambiente. Sentiu-se realizado quando iniciou sua carreira como policial, que era um sonho de criança. Gosta de ajudar as pessoas e contou que, certa vez, quando trabalhava como Fiscal no Terminal Urbano, encontrou uma carteira com um salário mínimo da época, mais ou menos 210 reais, e uma receita médica. Um colega sugeriu que repartissem o dinheiro, mas seu Alaor pensou na dona da carteira, e em como ela estaria sofrendo por isso. Então, avisou os cobradores de ônibus que se alguém procurasse a tal carteira, era para falar com ele. Não demorou muito, apareceu uma senhora de idade e bem humilde. Ficou muito agradecido à Deus por poder ajudar aquela senhora.
Seu Alaor demonstra muita alegria em contar a sua história e compartilhar suas aventuras, pois achava que não era importante para os outros. Deixou-nos uma mensagem muito importante para vida...”Não usem drogas, cigarro ou bebida que afetam a sua saúde, estudem para realizar todos os seus sonhos, confie no professor para contar suas angústias, tenha disciplina e seja bom. O meu melhor professor não sabia nem ler, nem escrever... era meu pai!”Recolher