Em uma tarde de frio, estava eu em minha casa, quando fui surpreendida com uma visita inesperada, era uma amiga que a muito tempo não via e ela veio com a intenção de me convidar ao seu casamento. Fiquei entusiasmada com o acontecimento que seria no próximo mês e iniciei os preparativos, marq...Continuar leitura
Em uma tarde de frio, estava eu em minha casa, quando fui surpreendida com uma
visita inesperada, era uma amiga que a muito tempo não via e ela veio com a
intenção de me convidar ao seu casamento. Fiquei entusiasmada com o acontecimento que seria no próximo mês e iniciei os preparativos, marquei cabelo, maquiagem e consegui alugar um vestido lindo. Ele era azul royal, tomara que caia com pedrarias no busto, um espetáculo.
Depois de vários dias de espera chegou a data do casamento, um frio tremendo a temperatura era de mais ou menos de uns 10ºC ou até menos, já me senti incomodada pelo fato de meu vestido ser curto e tomara que caia, como eu não contava com o tempo, acabei não me preparando para o frio, mas coloquei um lenço nas costas e estava decidida a enfrentar aquela geada. Após a cerimonia, fomos a recepção que iria ser em uma chácara. Imaginei que lá deveria ser mais frio, porém iria ter baile em um salão da própria chácara então pensei, na pior das hipóteses eu fico por lá.
Quando chegamos na chácara, era toda aberta, só tinha cobertura no teto, uma ventania que estava até derrubando os enfeites das mesas e eu aquela altura estava quase virando um picolé de blueberry. O som começou a tocar e a parte do bar começou a servir alguns drinques decidi então espantar o frio bebendo algo quente e me movimentando na pista de dança. Passado algumas horas eu já estava toda alegre na pista de dança, com um copo na mão arrebentando nas danças, minha irmã que também estava na festa veio ao meu lado com meu sobrinho no colo, e neste momento começou a tocar uma música da nossa infância e eu já entusiasmada olhei para ela e disse:
- Lembra daquele passinho? Me acompanha?
Meu sobrinho que estava em seu colo já resmungou:
- Não mãe, fica comigo.
Minha irmã sem jeito de deixar o pequeno no chão me olha e diz:
- Mana, deixa pra próxima música, seu sobrinho não me quer ver dançar - e sorriu sem graça.
Eu então pensei:
- Quem não dança segura a criança.
Comecei a puxar o passinho no meio do salão aos olhos atentos de uns que tentavam aprender para dançar juntos, quando o inevitável aconteceu. Minha sandália de salto escorregou e eu comecei a me desequilibrar no meio do salão, parecia que eu estava em cima de um par de patins desgovernado, quando senti que estava caindo em câmera lenta até que cheguei ao chão. A saia do meu vestido veio parar no pescoço e eu de bumbum para cima estatelada no chão, todos rindo e eu não querendo perder a pose, me levantei e ainda com o copo na mão que milagrosamente não derrubou em nada do seu conteúdo, ajeitei a saia, arranquei as sandálias assassinas e voltei a dançar; neste momento escuto o meu sobrinho falar para a minha irmã:
- Viu mãe, ainda bem que você ficou comigo.
E hoje para todo mundo que me pergunta, eu respondo:
- Cai sim, mas o importante foi manter a classe!Recolher