Irene Waltemberg conta a história de seus pais, passando também pela história de seus avós. Imigrantes de vários países se reuniam em uma única casa e o resultado foi um intercâmbio de línguas e culturas.
resumo
Irene Waltemberg conta a história de seus pais, passando também pela história de seus avós. Imigrantes de vários países se reuniam em uma única casa e o resultado foi um intercâmbio de línguas e culturas.
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Projeto West Plaza
Depoimento de Irene Waltemberg
Local: cabine no West Plaza
Data: 09 de junho de 2001
Entrevista nº. IMG_CB009
Realização: Museu da Pessoa
Entrevistadora: Bárbara Tavernard
Transcritora: Marina D’Andrea
P – Por favor, me diga seu nome, local e data do nascimento.
R –...Continuar leitura
Projeto West Plaza
Depoimento de Irene Waltemberg
Local: cabine no West Plaza
Data: 09 de junho de 2001
Entrevista nº. IMG_CB009
Realização: Museu da Pessoa
Entrevistadora: Bárbara Tavernard
Transcritora: Marina D’Andrea
P – Por favor, me diga seu nome, local e data do nascimento.
R – Meu nome é Irene Waltemberg, eu sou paulistana, nasci em 23 de março de 1943.
P – Diga também o nome completo, local e data de nascimento da sua mãe, e do seu pai.
R – Minha mãe nasceu na Inglaterra, no dia 12 de janeiro de 1912. Meu pai é brasileiro, filho de italianos, nasceu em São Paulo, acho que foi no Brás, não tenho bem certeza.
P - Qual a sua atividade hoje?
R – Sou secretária.
P – Quem é o imigrante na sua família?
R – Meus avós, tanto da parte do pai como da mãe. Minha mãe também, porque ela é filha de letões, mas nasceu na Inglaterra, e meu pai é filho de italianos.
P – Então, de que país imigraram os seus avós maternos?
R – Da minha mãe eram da Letônia, e foram pra Inglaterra, e lá nasceu minha mãe.
P – E quanto tempo ficaram na Inglaterra?
R – Ah, detalhes não me lembro mais. Me parece que meu avós casaram lá, e depois lá nasceram todos os irmãos. Não, minto, minha mãe nasceu na Inglaterra e a irmã mais velha ficou na Letônia, foi a única que não veio, porque já estava casada. As outras foram pra Inglaterra também, e minha mãe, como era caçula, nasceu na Inglaterra.
P – Como foi que eles chegaram no Brasil? Quem veio?
R – A irmã mais velha da minha mãe ficou na Letônia, eles foram pra Inglaterra e depois vieram pro Brasil, porque eles tinham parentes na América, nos Estados Unidos. E eles pensaram... porque disseram que vindo para o Brasil era mais fácil entrar na América do que vindo da Europa, porque o meu avô tinha primos lá nos Estados Unidos. Acontece que, quando chegaram no porto, aqui no Brasil, eles foram roubados de tudo que eles tinham. A bagagem, tudo o que eles tinham, e eles foram obrigados a ir para uma fazenda trabalhar no café. Aí ficaram uns tempos nessas fazendas, saíram, vieram pra São Paulo, e aqui eles se estabeleceram no Anastácio. Eles pensaram ficar um pouco por aqui, e depois sair, mas nunca mais conseguiram sair, porque depois começaram a trabalhar aqui, os filhos começaram a casar... depois eles morreram. A minha avó morreu com noventa e poucos anos, minha mãe morreu neste ano, com oitenta e nove anos.
P – Que língua vocês falavam em casa?
R - Falava mais lituano, porque minha avó, mãe da minha mãe, morou muitos anos com a gente. Porque o problema na minha casa era o seguinte, meu pai não entendia inglês, e a minha mãe não entendia italiano. Então o meu pai ficava gozando, e minha mãe acabou... Eu fui estudar inglês, mas não me empenhei muito. Mas a minha mãe conversava com as irmãs dela mais em inglês do que em lituano.
P – Como era a vida da sua mãe aqui no Brasil? O que ela fazia?
R – Olha, ela trabalhou muitos anos na Anderson Clayton, ela era chefe lá, porque ela falava inglês e os patrões eram ingleses. E depois, quando começaram a vir os imigrantes nordestinos, ela tomava conta de uma seção. Ela teve todos os filhos dela continuando a trabalhar nessa fábrica, porque era próxima de casa, mesmo com crianças pequenas, ela sempre trabalhou.
P – Como é que a sua mãe foi morar na Freguesia do Ó?
R – Não, não. Minha mãe morava no Anastácio e depois ela construiu uma casa na Lapa, que a distância é pequena. Aí, depois de casada, eles compraram um terreno, e foram construindo. A casa demorou uns cinco ou seis anos pra ser construída, porque eles só construíam conforme tinham dinheiro. Aí ela já tinha todos os filhos, que nós somos em sete filhos, ela tem três que não são gêmeos, que são as mais velhas, e duas gestações que são gêmeos.
P – A senhora é gêmea?
R – Não, não sou gêmea, eu sou a segunda, e não tenho filhos. A minha irmã mais velha, primogênita, tem filhos gêmeos, e a minha mãe teve duas gestações, teve dois meninos e depois duas meninas, gêmeos. Aí mudamos pra Lapa.
P – Como era a Lapa?
R – Tinha bonde, foi em 54 que mudei, se não me engano.
P – Como era a comida na sua casa?
R – Era muito variada. Minha mãe era muito boa cozinheira. Ela tanto fazia comida italiana, como lituana e inglesa.
P – Tem alguma coisa a mais que a senhora queira me contar, do seu pai, da sua mãe...seu avô, ou da senhora mesmo?
P – Acho que a única frustração dos meus avós, principalmente os avós maternos, com os quais eu tinha mais contato, era não terem podido voltar pra terra deles, ao menos pra visitar. Porque as coisas eram difíceis e não tinha nunca dinheiro pra fazer uma viagem dessa. Minha mãe só conseguiu ir para os Estados Unidos, fez uma viagem com a irmã dela, a última que estava viva, né, porque a outra morreu também aqui. A única frustração foi esta, ela ficou protelando de viajar, e depois, por problemas de saúde, não pôde viajar mais.
P- Tá bom, obrigada.Recolher
Título: Cada um falava na sua língua.
Data: 09/06/2001
Local de produção: Brasil / São Paulo / São Paulo
Transcritor: Marina D'Andrea Revisor: Carolina Cervera Faria Entrevistador: Bárbara Tavernard Thompson Personagem: Irene Waltenberg Autor: Museu da Pessoahistórias que você pode se interessar
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