• Quem foi
Nome: Dilson Soares de Azevedo nasceu em 19/11/1919 na cidade de Palma (MG) e faleceu em 15/03/2008 em Vitória (ES). Teve seu corpo enterrado em Muriaé (MG) junto ao de sua esposa Estherzita, falecida em 1995. Seus pais foram José Soares de Azevedo (Juca) e Olga Soares de Azevedo. T...Continuar leitura
• Quem foi
Nome: Dilson Soares de Azevedo nasceu em 19/11/1919 na cidade de Palma (MG) e faleceu em 15/03/2008 em Vitória (ES). Teve seu corpo enterrado em Muriaé (MG) junto ao de sua esposa Estherzita, falecida em 1995. Seus pais foram José Soares de Azevedo (Juca) e Olga Soares de Azevedo. Teve seis irmãos: Lourdes, Elza, Zitinha, Rui, Geraldo e Neuza.
• Uma breve história de sua vida
Dilson viveu a infância e parte da juventude em Juiz de Fora e Silveira Carvalho, região próxima a Muriaé. Seu pai era um pequeno proprietário rural em Juiz de Fora. Dilson cursou a escola técnica de comércio, formando-se em 1938.
A perda do pai, em meados da década de 50, tornou Dilson o responsável por cuidar da propriedade da família. Ele ainda era solteiro e, ali em Silveira Carvalho, viveu bons momentos de sua vida, ao lado da mãe, irmãos e sobrinhos, cuidando da terra e dos animais.
No entanto, as dificuldades financeiras, a família grande, a broca do café e a crise agrícola levaram à perda da propriedade, que foi vendida para pagar dívidas – ele levaria esta frustração e amargura para o resto da vida.
Recomeçou sua vida como comerciante em Muriaé, casou-se em 1958 com Estherzita Faria de Azevedo, filha de Orlando Faria – coletor federal. Dilson tinha pelo sogro um grande carinho e admiração, considerando-o seu segundo pai.
Nos três primeiros anos de casado, perderam a primeira filha, que morreu logo após o parto. Em 1960, tiveram o único filho, José Eduardo.
Estherzita Faria de Azevedo era professora formada, inteligente, alegre, amorosa, geniosa, ciumenta e vascaína. Viveu boa parte de sua vida enfrentando muitos problemas de saúde. Era uma das 10 filhas de dois casamentos de Orlando Lima Faria, o primeiro com Esther Francisconni, falecida jovem, e o segundo com Mariquinhas. Dos dois casamentos nasceram Argia, Clarice, Maristela, Orlando, Homero, Esther, Lauro, Antonio Ivan, Elvira e Maria Ligia, sendo os três últimos do segundo casamento.
As dificuldades financeiras e uma certa mágoa com a cidade onde perdeu sua propriedade fizeram Dilson aceitar uma proposta de seu cunhado, Lauro, para sociedade em um sítio em Uraí, no Paraná. Como ele dizia, “com uma mão na frente e outra atrás”, mudou-se para lá em 1962.
Viveram com muitas dificuldades por algum tempo, pois a propriedade era muito pequena, mal dava para uma pessoa. A experiência de Dilson com o café e o conhecimento de Lauro com um diretor do IBC – Instituto Brasileiro do Café –, levaram Dilson a obter um emprego público no IBC em 1963, onde trabalharia até se aposentar, em 1993.
Após ir trabalhar no IBC, Dilson morou em várias cidades do Paraná, pois os servidores mais novos precisavam aceitar mudanças para não perder o emprego. Morou em Londrina, Goioerê, Cruzeiro do Oeste e Jandaia do Sul, todas cidades localizadas no Paraná. Ao todo foram 12 anos no Paraná, onde Dilson e Estherzita passaram muitas dificuldades financeiras e emocionais pelo isolamento de suas famílias.
Em 1973, Dilson conseguiu transferência para Varginha (MG), com a intenção de morar mais próximo dos familiares de Juiz de Fora e Muriaé. Saíram do Paraná, novamente “com uma mão na frente e outra atrás”.
De valor, levaram do Paraná apenas uma cachorrinha chamada Duquinha. A cadela foi de trem para Varginha, em uma caixa de carga. Ao chegar, ela fugiu e ficou desaparecida durante um mês, e foi encontrada por Dilson no meio da rua. Duquinha viveu até os 12 anos.
Dilson viveu três anos em Varginha e depois conseguiu uma boa promoção, assumindo a gerência do IBC em Ouro Fino (MG) onde, em melhores condições financeiras e acolhidos por uma vizinhança muito afetuosa, Estherzita e ele viveram certamente alguns dos melhores momentos de suas vida até 1993 quando, já aposentado, voltou com a esposa para Muriaé.
O filho Zé Eduardo já morava longe dos pais desde 1977, quando saiu para fazer cursinho em Itajubá. Depois foi cursar Engenharia em Vitória (ES), onde se casou com Regina e teve as duas netas queridas de Dilson e Estherzita, Natália e Letícia.
Em Muriaé, não conseguiram construir anos muito felizes. Com problemas de saúde e de readaptação à uma realidade que já não era mais a mesma de antigamente, Esther morreu de infarto em 1995, aos 72 anos.
Dilson ainda permaneceu em Muriaé até 2005, entretanto, já com problemas de saúde, os 40 anos de tabagismo cobraram seu preço. Intercalando algumas temporadas na casa do filho e da nora, de quem gostava muito, em 2006, com a saúde muito debilitada, foi morar de vez com o filho em Vitória, falecendo, doente de enfisema pulmonar, em março de 2008.
Desta forma, em março de 2008 encerrava-se, neste plano, a história de um homem de bem, simples, autêntico, lutador e com grande senso de dever e justiça. Amoroso, mas recatado. Também contido, determinado e, às vezes, orgulhoso, teimoso e sistemático. Deixou na mente e nos corações de quem o conheceu a doce e esperançosa mensagem de que vale a pena confiar nas pessoas, pois ele era acima de tudo alguém em que se podia confiar.
Sorte de quem pôde conhecê-lo e amá-lo como nós.
• Pensamentos e frases comuns de Dilson:
“Puxa vida, mas a gente escapa do espeto e cai na brasa”. (Quando a situação era ruim e parecia piorar mais ainda.)
“Ela é fogo na jacutinga, é esperta toda vida”. (Sobre uma das netas, quando aprontavam alguma.)
“Não estou agüentando uma gata pelo rabo”. (Quando a doença começou a piorar.)
“Prefiro chegar uma hora adiantado que um minuto atrasado”. (Sobre a sua pontualidade.)
“Vou abrir a jaula e soltar o leão”. (Quando abria o armário para tomar uma pinga, escondido da Estherzita.)Recolher