Tudo começou num Domingo de Maio de 2007 numa pequeno bairro chamado Universal situado no município de Viana que pertence a Grande Vitória, localizada no Espírito Santo. Acredito-me, que você leitor, também já deve ter aprontado bastante quando era pequeno... No dia que a minha vida mudou c...Continuar leitura
Tudo começou num Domingo de Maio de 2007 numa pequeno bairro chamado Universal situado no município de Viana que pertence a Grande Vitória, localizada no Espírito Santo.
Acredito-me, que você leitor, também já deve ter aprontado bastante quando era pequeno... No dia que a minha vida mudou completamente eu (Como sempre pirracenta) corria pela minha igreja com a minha prima Sofia. Neste dia minha mãe, Marla, estava ensaiando a entrada de um casamento. Até hoje me lembro das palavras que ela falou "Vitória, fique sentada aqui”; mas como eu disse no início desse texto sobre a minha história eu era pirracenta e sem contar que uma criança que possui 5 anos não consegue ficar parada durante horas. Então, naquele dia eu desobedeci minha mãe e eu saí correndo pela igreja toda. O chão da área de convivência da minha igreja tinha muitas pedras , e eu correndo com a minha prima eu tropecei e caí no chão e acabei rasgando a pele do meu ombro,
na hora baixei o escândalo e minha mãe saiu correndo ; então ela e uma amiga dela chamada Margareth
me levaram ao hospital ( em pleno Domingo ) . Chegando ao Hospital procuramos o pronto- Socorro, mas o médico que na época era cirurgião, não deu ponto, ele falou assim para a minha mãe “Troque o curativo várias vezes durante a semana, coloque gases”, na verdade ele nem se quer
olhou o meu machucado.
Então minha mãe fez o que ele pediu pra fazer, mas o corte ficou aberto . Passados um tempo depois desse acontecimento,
minha mãe me levou na minha pediatra ( Doutora Cintia Quintão) e depois de minha contar o que houve para ela ,a doutora
falou uma palavra que a minha mãe nunca havia escutado e essa palavra é queloide;
para quem não sabe o queloide é uma má cicatrização da pele e ocorre com um percentual maior dos negros . A médica percebeu que a minha mãe não sabia
o que era,
então a explicou e perguntou se meu pai era negro , minha mãe respondeu que sim , então ela falou que pelo fato do meu pai ser negro eu tinha uma grande chance de ter esse queloide; e por incrível que pareça o meu pai também possui um queloide
( ele adquiriu o dele quando descia o Morro de bicicleta e o freio travou e meu Pai caiu e teve um queloide). A Dra. Cintia
falou que a única solução seria uma cirurgia.. Confesso que aos 6 anos
( 1 ano depois desse acontecimento),quando comecei a estudar realmente , me sentia "estranha "perto dos meus colegas porque eu tinha uma deformação no meu corpo , eles faziam
brincadeiras horríveis comigo que me faziam chorar ( me chamavam de monstro).Nunca me sentia a vontade no meu deles ; mas independente disso no meio dessas pessoas surgiram algumas pessoas que me abraçavam,
que me faziam sentir melhor,
e algumas dessas pessoas eu tenho orgulho de chama-las de amigos e algumas estão juntos comigo até hoje . Agora sim , a história começa a ficar interessante. Eu sempre gostava de bichinhos e quando era pequena falava que seria ser veterinária.
Para quem não sabe a Medicina possui várias áreas
( cirurgias, geriatra, pediatras
etc...)
Vocês podem achar que sou estranha , mas isso é questão de fé e acreditar. Depois desse acontecimento eu chorava de dores,
sofria com coceiras para terem ideia eu não uso blusa regata ,
pois O meu queloide fica na região do ombro,
todos veriam e iriam rir de mim,
então,
só usava e só uso blusas c manga. Ainda não acostumei com o queloide, isso porque vai fazer 10 anos nesse ano no mês de Maio que possuo essa marca . Minha mãe de tanto ver a minha tristeza,
ela começou a orar e pedir a Deus que nos ajudasse nesse problema ; uma mulher que não sabíamos quem era falou pra minha mãe bem assim " Deus falou que sabe do seu sofrimento e ele vai usar a vida da sua filha pra abençoar e cuidar de outras pessoas e que o nome dele seja
exaltado " Queridos leitores , confesso que passei por quase 4 cirurgias plásticas mas em praticamente todas o resultado não foi o esperado . Como disse é questão de fé, Deus me deu esse queloide pra eu possa ajudar outras pessoas. E a Medicina está envolvida nisso, pois o dom que Deus me deu foi de ajudar, cuidar; no caso, a Medicina para cuidar dos outros. Quando tinha 10 anos ,falava que ia ser médica pediatra para cuidar das crianças. Agora com 15 anos , meu sonho é ajudar as pessoas que passaram por alguma dificuldade que ocasionou uma cicatriz que até hoje possuem. Ajudá-los seja no atendimento ,emocional ou até mesmo Deus usando as minhas mãos para aliviar a dor ,o sofrimento causadas pelas marcas e a tristeza dessas pessoas que passaram por essa mesma situação. Hoje, 10 anos depois do acontecimento que mudou completamente a minha vida ,estou fazendo o Ensino Médio e se for da vontade de Deus fazer a faculdade de Medicina e ajudar a todos, seja através dos Médicos Sem Fronteiras ou outras instituições.Recolher