Manuel Português nos contou sua experiência de vida que é muito rica e de superação.
Até os nove anos, morei com muitas famílias, porque meus pais não tinham condições de me criar, foi quando decidi ir morar com minha mãe. Passávamos dificuldade, então decidi ir trabalhar para ajudar m...Continuar leitura
Manuel Português nos contou sua experiência de vida que é muito rica e de superação.
Até os nove anos, morei com muitas famílias, porque meus pais não tinham condições de me criar, foi quando decidi ir morar com minha mãe. Passávamos dificuldade, então decidi ir trabalhar para ajudar minha mãe.
Comecei a vender doce, sorvete e engraxei sapatos. Mas o que me deu dinheiro mesmo foi quando comecei a vender papelão, eu ia para a escola na volta comia na casa de algum conhecido eu tinha um carrinho feito de geladeira e catava papelão pelas ruas, fiz isso tão bem que o dono do ferro velho me contratou para trabalhar na balança pesando o ferro velho para ele, fui promovido.
Adoro futebol, sempre fui muito elogiado por jogar bem, tanto que aos treze anos fiz teste na Portuguesa, passei, mas não pude ficar, tive que optar entre o trabalho com registro em carteira ou o futebol.
Aos quatorze anos consegui emprego com carteira assinada em uma metalúrgica no ABCD, em Diadema, lá tinha um cara que sempre vinha na porta da fábrica para falar com a gente, esse cara depois virou presidente da República, eu o conheci frente a frente.
Aos dezesseis anos comecei a dar aula para os adultos que não sabia ler na igreja.
Quando terminei o ensino médio, na época segundo grau, tive que decidir se parava de estudar ou continuava. Então fui estudar na PUC, metade do valor foi pago por uma das famílias com que morei e a outra a metade pela igreja, nesta época comecei a dar aula no presídio do Carandiru, trabalhei por dezesseis anos em presídios, depois me tornei coordenador.
Costumo dizer que não escolhei e sim foi escolhido para a profissão.
Aqui não era escola ainda, era o projeto social EDUCRIANÇA, eu já era diretor pela educação, mas estava designado como coordenador neste projeto isso em 2005, atendíamos crianças até três anos e as mães. Quando em 2009 fui informado que o projeto iria acabar e que este espaço viraria escola, como eu não gostava de escola não queria aceitar.
Mas decidi aceitar para mostrar que é possível fazer educação na escola.Recolher